Diferente do que informou a Secretaria de Estado da Saúde ao GuarulhosWeb nesta semana, os primeiros 500 respiradores para UTIs – dos 3 mil importados pelo governo do estado – que deveriam ser enviados aos hospitais SUS dos municípios com urgência ainda não chegaram a São Paulo. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, os equipamentos deveriam ser desembarcados no sábado, 2/05, mas ficaram bloqueados no aeroporto de Pequim, na China.
A reportagem apurou que Guarulhos deve receber entre 20 e 30 respiradores. A Secretaria informou ao portal que os respiradores estariam em fase de “definição de quantidade e entrega”, mas não confirmou quando os equipamentos chegarão. Os leitos de UTI dos dois hospitais estaduais da cidade já estão com ocupação total.
Ainda de acordo com a reportagem da colunista, o bloqueio levou tensão às autoridades do governo do estado, que pensam até em fretar avião para buscar os 3 mil equipamentos importados.
O governo chinês decidiu limitar a 150 o número de itens de cada mercadoria que pode ser embarcada nos aviões para exportação. A ideia é que outros produtos hospitalares, e não apenas respiradores, possam ser entregues em outros países com velocidade.
Foi preciso então mudar a papelada para que pelo menos os primeiros 150 respiradores cheguem a São Paulo nos próximos dias. Outro problema é resolver o embarque dos outros 2.850.
À colunista, o presidente da InvesteSP, Wilson Mello, diz que não dorme há 15 dias. “Vivemos uma loucura na logística global em que nada funciona como antes. Há restrição de contêineres e aviões, há muito menos voos entre os países”, diz.
A InvesteSP estuda agora embarcar cada lote de 150 da China em aviões que vão para diferentes países e, depois, de cada um deles para o Brasil.
Urgência
Na coletiva de imprensa feita no dia 29/04, o governo citou a necessidade da ampliação rápida da oferta de respiradores nas UTIs do SUS no Estado. “Eles [os respiradores] estarão a serviço da população do estado de São Paulo nos hospitais públicos já a partir deste final de semana”, discursou o governador João Doria, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
“A palavra tempo é fundamental. De nada adianta respiradores entregues a São Paulo em julho, agosto ou setembro, provavelmente quando a epidemia já recua. Tempo significa salvar vidas, e foi esta a lógica que a Secretaria da Saúde usou na aquisição”, disse o vice-governador Rodrigo Garcia, na mesma ocasião. “Nós precisamos destes respiradores, há a clara necessidade de aplacar o que acontece em um sistema já pressionado”, acrescentou o coordenador do Centro de Contingência do coronavírus, David Uip.