Cidades

Comportamento da população e do comércio compromete reabertura de bares e restaurantes em Guarulhos 

Taxa de isolamento social segue caindo e pode fazer com que Guarulhos tenha de retroceder na reabertura da economia

 Apesar de Guarulhos ter conseguido melhorar consideravelmente a ocupação de leitos de UTI voltados a pacientes com Covid-19 ao longo deste mês de junho, baixando de 100% para menos de 70% nesta sexta-feira, o comportamento da população e de muitos comerciantes pode inviabilizar a continuidade da reabertura da economia. Pior: faz com que a cidade possa retroceder de fase e voltar a fechar o comércio reaberto no último dia 12. A taxa de isolamento social, medida diariamente para o Governo do Estado, que chegou a mais de 60% no início de abril, no início da quarentena, atingiu 42% nesta quinta-feira, o pior número desde o começo do isolamento social em 20 de março.   

Pessoas sem qualquer comprometimento insistem em sair às ruas sem máscaras, participam de aglomerações, seja em praças ou em festas particulares e até em locais públicos. Até mesmo comerciantes, que tanto cobram das autoridades medidas para garantir a reabertura, deixam a desejar ao não cumprir os horários de abertura e fechamento determinados pela Prefeitura de Guarulhos. Por toda a cidade, o descumprimento das regras é tão frequente quanto à cobrança que a população faz às autoridades por mais fiscalização.  

Em Guarulhos, assim como em cidades por todo o Brasil, prevalece o “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”, já que é comum pessoas sempre acharem uma justificativa para burlarem as regras, como se fossem imunes ao coronavírus. Em praças e locais públicos, é comum flagrar pessoas – em busca de mais saúde – fazendo suas caminhadas ou corridas sem o uso de máscaras, quando já está provado que durante estas atividades a emissão de gotículas de saliva ou suor se projetam por espaços maiores, deixando justamente essas pessoas mais suscetíveis à infecção.  

Nas ruas de comércio, pessoas de todas as idades, inclusive crianças e idosos, insistem em frequentar lojas de artigos não essenciais ou mesmo, como se convencionou falar, apenas para “bater pernas”. Comerciantes que mantém suas lojas abertas antes ou depois dos horários estabelecidos, com meia-porta, são responsáveis por manter mais gente nas ruas também.  

Desde dia 12 de junho, a Prefeitura estabeleceu horários alternativos de abertura para comércio, serviços e shoppings, até para que os trabalhadores não se encontrassem dentro do transporte coletivo com aqueles que vão para a indústria ou estabelecimentos considerados essenciais, que abrem mais cedo e fecham mais tarde. A desobediência faz com que os ônibus sigam lotados nos horários de pico, como já era comum antes da pandemia.  

Na sexta-feira, mais uma vez, o prefeito Guti – durante sua live diária – alertou a população para o risco da desobediência, apontando que a cidade pode sim retornar à etapa 1, quando apenas o comércio considerado essencial podia abrir. Desta forma, a previsão de reabertura de bares e restaurantes no próximo dia 6 de julho, com restrições de horários e número de clientes, está seriamente ameaçada, o que poderá atrapalhar ainda mais a retomada da economia guarulhense.  

Inexplicavelmente, nesta sexta-feira, o governador João Dória deixou a cidade de fora da fase 3 do Plano São Paulo, já que Guarulhos tem índices parecidos com o da capital e da maior parte das cidades do ABC paulista, que migraram de fase e já podem reabrir bares e restaurantes.  

Posso ajudar?