Que os chefes do Executivo, nos mais diferentes níveis, tanto municipal, estadual como federal, utilizam-se de seus poderes de nomear pessoas importantes – e de sua confiança – para ocupar os principais cargos de primeiro escalão, não há novidade alguma. Que muitas dessas nomeações servem para acomodar o jogo político, com indicações realizadas pelos partidos que apoiam a base, também não tem surpresas. Entretanto, quando fica evidente que as nomeações têm apenas cunho político-partidário, em que o beneficiado não mantém qualquer relação com o tema que vai tratar, atinge-se o limite do absurdo.
E é assim que a presidente Dilma Rousseff (PT) se comportou ao anunciar, na calada da noite, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para ocupar a Pesca. Ela sem nem ao menos informou o próprio partido de que perderia um Ministério. Luiz Sérgio que já havia sido acomodado nesta pasta, pelo jeito, no melhor estilo marido traído, foi o último a saber. Para complicar ainda mais, o bispo ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella não tem afinidade alguma com o cargo que irá assumir. Sua maior ligação com a pesca, provavlmente, deve ter a ver com passagens bíblicas.
No entanto, existem dois fatores cruciais para a indicação de Crivella. Apesar de negar, existe uma vinculação de sua indicação para o Ministério da Pesca e Aquicultura a um possível descontentamento da bancada evangélica com o governo. Crivella lembrou que os evangélicos apoiaram a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos dois mandatos, e a maioria votou
Crivella no Ministério deve servir para que seu partido, que tem
Lamentavelmente, o país – neste jogo político – parece ser o que menos importa para quem deveria estar cuidado de fazer uma boa administração.