Opinião

Dilma e a carga tributária

Em sua viagem pela Índia, a presidente Dilma Rousseff disse o que todo brasileiro quer ouvir. Ou melhor, o que todo cidadão espera que ocorra o mais breve possível. Em Nova Délhi, diante de uma platéia de empresários e políticos, ela afirmou ter consciência de que o Brasil precisa reduzir a carga tributária e que está se empenhando nesse sentido. Dilma acompanha reunião do Brics, grupo integrado pelo Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul. Ela lembrou que são necessárias medidas pontuais para que, no conjunto, a desoneração seja possível.


E mais: se não estiver blefando, a presidente confirmou que assim que chegar ao Brasil anunciará um conjunto de medidas, que terão como objetivo assegurar, por meio de questões tributárias e financeiras, maior capacidade de investimento para o setor privado. Para Dilma, assim como os empresários, ela também reclama muito do sistema tributário. Porém, entende quem uma uma reforma global não seja possível neste momento.


Aproveitando a viagem e os holofotes internacionais focados nela, Dilma – mais uma vez – não perdeu a oportunidade de atacar os países ricos. Considerando que o Brics concentra o principal crescimento da economia do mundo, ela defende “uma forte mensagem de coesão política” para a reunião de cúpula do G-20, que ocorrerá em junho, no México. A presidente entende que os países emergentes, principalmente Brasil e Índia, devem usar a oportunidade para criticar as políticas expansionistas dos países ricos e exigir deles que “tomem medidas efetivas para garantir a retomada da economia mundial”.


Assim como fez recentemente diante da primeira-ministra da Alemanha, Dilma voltou a pedir a reforma nos organismos internacionais de crédito, como Banco Mundial (Bird) e Fundo Monetário Internacional (FMI), com o aumento da participação dos emergentes em suas decisões, e no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que, segundo ela é “carente de legitimidade e eficácia”.


Para a presidente, Brasil e Índia têm “sólidas credenciais para lutar contra os efeitos das políticas monetárias expansionistas do mundo desenvolvido, que não têm tomado as providências necessárias para garantir a expansão de suas economias”. Ela reconhece que já houve uma melhora na situação da crise que poderia ter sido mais aguda, mas reitera que são imprescindíveis medidas para garantir o crescimento para reverter a situação.

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