O escultor pernambucano Abelardo da Hora, um dos criadores do Movimento de Cultura Popular (MCP), morreu na manhã desta terça-feira, 23, no Hospital Memorial São José, no Recife, onde estava internado há um mês, em decorrência de problemas respiratórios. Ele tinha 90 anos e se mantinha ativo até o internamento. O enterro será às 11 horas, nesta quarta-feira, 24, no cemitério de Santo Amaro, na capital pernambucana.
Também ceramista, gravador, desenhista e pintor, Abelardo tinha como temas presentes na sua obra as mulheres e expressões da cultura popular pernambucana, como o frevo e o maracatu. Na comemoração dos seus 90 anos, no final de julho, inaugurou a escultura O Artilheiro no estádio Arena Pernambuco – construído para a Copa do Mundo – no município metropolitano de São Lourenço da Mata, onde nasceu. Moldada em barro e ampliada e fundida em bronze, a escultura, exposta na área externa, tem 7,5 metros de altura e pesa 1,5 toneladas.
Abelardo ingressou nas artes em 1940 e tem muitas de suas obras distribuídas pelo Recife, a exemplo de O Sertanejo, Memorial do Frevo e Família de Retirantes.
Ele influenciou gerações de artistas e desde cedo integrou-se na luta contra a miséria, como um dos idealizadores do MCP, criado em 1960, quando o ex-governador Miguel Arraes (1916-2005) era prefeito do Recife. O movimento visava a alfabetizar e promover educação de base com ênfase na cultura popular.