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Mostra Histórias da Loucura reúne desenhos antigos feitos por internos do Juquery

O título da exposição remete a um dos livros mais conhecidos do filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), História da Loucura, ataque à fronteira entre sanidade e loucura que atingiu a medicina psiquiátrica. No plural, Histórias da Loucura – Desenhos do Juquery, aberta nessa sexta-feira, 12, no Masp, é igualmente um petardo na mesma direção. Reunindo a coleção do médico psiquiatra paraibano Osório César (1895-1979), composta de obras criadas por internos do hospital do Juquery, a exposição traz 102 desenhos guardados há mais de 40 anos na reserva técnica do museu, 42 deles de Albino Braz, artista que se tornou conhecido ao figurar na histórica mostra Brasil 500 Anos, realizada há 15 anos em São Paulo.

O médico Osório César foi, como Nise da Silveira, pioneiro no uso da arte como recurso terapêutico, tendo seu livro A Arte Primitiva dos Alienados, de 1925, resenhado pelo próprio Freud, com quem trocou correspondência. César doou esses desenhos ao Masp em 1974, obras de 14 artistas que surpreendem pela liberdade expressiva, como Albino Braz.

Com curadoria de Adriano Pedrosa e Luiza Proença, a mostra traz um conjunto de desenhos feitos com materiais comuns. Não é a primeira vez que o Masp organiza uma exposição do gênero. Em 1948, o museu exibiu a arte dos internos do Juquery em mostra organizada pelo próprio Osório César.

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