Alguns pais podem não gostar dele, mas é bem provável que suas filhas gostem. Suas filhas e seus filhos. Justin Timberlake é um fenômeno de público e de boa parte de críticos. Imenso produtor, ainda mais do que cantor, e com um feeling apurado para saber o que as massas querem ouvir, Justin volta ao Rock in Rio depois de uma passagem bem avaliada em 2015, apesar de uma certa falta de ritmo em seu show.
Ele será a atração principal do Palco Mundo – que guarda suas últimas apresentações para as 0h25 – deste domingo, 17, para segunda. Será, portanto, o encerramento do primeiro final de semana do festival, que tem a estimativa de receber 100 mil (lotação) pessoas por dia de evento.
Artista surgido na década passada, ainda no antigo modelo do mercado, Timberlake fez a virada para a nova ordem no meio do show biz de maneira gloriosa. Sua última conquista é sinal do poder de fogo de uma carreira solo de 56 milhões de discos vendidos. Se os resultados de vendas do NSync, seu ex-grupo, forem contabilizados, o número passa dos 100 milhões. Ele foi considerado por duas vezes como um dos homens mais influentes do mundo pela revista Time.
Aos 36 anos, Justin segue promovendo-se com relativa onipresença no meio pop. Em maio de 2016, lançou a música Cant Stop the Feeling para o filme de animação Trolls, produzida por Max Martin e Shellback. Como produtor executivo da trilha sonora do filme, e dublador de um dos personagens, ele acabou faturando um Grammy por melhor canção para mídia visual, além de conseguir indicações para o Oscar e o Globo de Ouro.
Ele volta ao Brasil sob especulações de que seu novo disco saia neste ano. E volta com artilharia pesada. Sabe-se que nomes como Pharrell Williams, Timbaland, Max Martin e Shellback terão faixas sob suas responsabilidades. A presença da banda sulista Little Big Town é sinal de que o próximo álbum venha com alguma sonoridade country.
Às 22h35, um show antes de Justin, quem também retorna ao Rio é a cantora Alicia Keys. No Brasil, ela já esteve duas vezes em setembro de 2013 (um show em São Paulo com a turnê de Set the World on Fire, do álbum Girl on Fire, e outro no mesmo Rock in Rio, quando chegou a cantar Fallin com Maria Gadú).
Os números são, como os de Timberlake, superlativos. Depois de seu estouro em 2001, como a mais vendida do segmento R&B, chegaria a levar cinco prêmios Grammy apenas no álbum de estreia. Songs in A Minor deixou músicas que ela revisitará nesta temporada de Rock in Rio, como Falling e You Dont Know My Name. De seus seis álbuns de carreira, a “princesa do soul”, como tornou-se conhecida nos Estados Unidos, vendeu 40 milhões de cópias.
Algum frescor vem com a banda Walk the Moon, que, apesar de formada em 2006, ainda está em processo de estabilização no meio dos grandes festivais. Rock alegre e festivo, com nome inspirado em música oitentista da banda The Police, o grupo norte-americano já subiu ao topo da parada top 100 Billboard na categoria rock. Shut Up and Dance e Anna Sun são ainda seus hits definitivos.
A abertura do palco, às 18h, será feita pelo roqueiro Frejat, que anunciou neste ano a saída da banda Barão Vermelho. Ele é um conhecido frequente nas listas de atrações de outras edições, tendo passado pelo Rock in Rio em 1985, 2011 e 2013. Será esta a primeira grande apresentação fora do Barão. Com 35 anos de carreira, ele estreia seu novo show, Tudo Se Transforma, no festival.
As atrações da música eletrônica começam às 22h. Na sequência, elas serão: Flow & Zeo (22h), Chemical Surf (23h), Renato Ratier (0h), Andhim (1h) e Luciano (2h). O espaço da Rock Street, sempre ocupado por atrações menores em outras edições, foi preparado para receber, pela primeira vez, nomes africanos que contarão a história da influência negra na música ocidental. Sob responsabilidade de Toy Lima, o produtor de grandes eventos, como Heinecken Concerts e Tim festival, além do próprio Rock in Rio (Tenda Raízes, de 2001), o espaço não terá um palco. São seis atrações africanas, com nomes como Les Tambours de Brazza; Fredy Massamba; Tyous Gnaoua e Mamani Keita.
O Rock in Rio deve fazer jus ao nome mesmo no próximo final de semana, quando mais bandas de rock e menos de pop vão tomar os horários e os espaços principais. Na quinta, 21, o Palco Mundo será de Aerosmith, Def Leppard, Fall out Boy e Scalene. Na sexta, 22, chegam Bon Jovi, Tears for Fears, Alter Bridge e Jota Quest. O sábado, 23, será de Guns N Roses, The Who, Incubus e Titãs. E, no domingo, 24, o festival encerra com Red Hot Chili Peppers, 30 Seconds to Mars, Offspring e Capital Inicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.