Já os céticos alegam que tudo não passa de “terrorismo” de cientistas e ambientalistas.
Nós brasileiros não podemos fechar os olhos para o problema. Só para se ter uma idéia, o inverno
No Hemisfério Norte, a situação não é diferente. O inverno de 2006-2007 foi o mais alto desde 1880, quando pesquisadores começaram fazer esse tipo de medição, com 0,72ºC a mais do que a média registrada ao longo do século 20. De 1995 para cá, esses institutos registraram as 10 maiores temperaturas da história, o que vem provocando o derretimento de geleiras, provocando rachaduras nas casas de quem vive em áreas de solo congelado, o chamado permafrost. Mais grave ainda é a situação das populações das áreas costeiras, ameaçadas pela elevação do nível do mar.
O problema só tende a piorar, segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que prevê aumento da temperatura de até 6ºC no mundo se nada for feito para conter o aquecimento desenfreado do planeta. O documento produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) também indica que até 2050 metade das áreas agrícolas da América
No Brasil, a maior preocupação continua sendo com a Amazônia. Mas também teremos que descobrir soluções para conter o avanço do mar sobre os mais de 8,5 mil quilômetros de nossa costa, onde se encontram cidades do porte do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Florianópolis, Vitória, entre outras capitais. Em meio a esse turbilhão de catástrofes naturais anunciadas, nem tudo está perdido. Com vontade política e mudança de comportamento da população, podemos reverter esse quadro. Acredite nisso e faça sua parte, porque não se pode mais ficar esperando pelas promessas e discursos de autoridades. E nem esperar por um milagre, sentado no sofá de casa.
Sebastião Almeida é deputado estadual pelo PT, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Água e presidente da comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de São Paulo. E-mail: [email protected]