Junto com a boa saúde, nada é mais precioso do que a paz. E nós, no nosso cotidiano agitado, às vezes nem nos damos conta disso. E só despertamos quando acontecem tragédias, como essa do Rio de Janeiro, com crianças assassinadas dentro de salas de aula.
Eu não vou entrar aqui no mérito do fato, tão largamente analisado por especialistas e repercutido pela mídia. Penso que tais fatos, tristes e revoltantes, fazem, na verdade, um chamamento à nossa consciência.
Portanto, é dever de cada um perguntar: o que fazer? Devemos, todos, eu respondo, construir a paz. A paz individual, a paz coletiva, a paz social.
E essa construção significa, na prática, erguer um novo edifício pessoal e social, com mais cooperação, mais solidariedade, mais tolerância, menos consumismo, menos egoísmo e mais justiça.
Trata-se, como se vê, de uma obra concreta. Observe que os ambientes familiares mais equilibrados, assim como os países socialmente mais justos, são lugares de menos conflito e menor violência. A paz que há nesses ambientes é, portanto, sustentada em bases reais, objetivas.
Mesmo no movimento sindical onde atuo, e que lida permanentemente com conflitos entre capital e trabalho, busco sempre que possível um caminho de entendimento e diálogo. Quando a outra parte percebe que o método por nós utilizado é a negociação, ela tende a desarmar seu espírito, a ouvir, a ponderar para depois propor ou buscar uma solução que contemple as partes.
Quero, aqui, fazer uma crítica à mídia, especialmente à televisão, que não constrói conceitos positivos, de colaboração, de solidariedade ou de convivência entre pessoas, gerações ou culturas diferentes. Ao contrário. Boa parte da programação, quando não é chula, é voltada para a exaltação dos instintos, entre eles os da competição selvagem ou da violência pura e simples.
O leitor desta minha coluna semanal pode pensar que estou aqui fazendo sermão. Não é isso. Eu olho para o que está acontecendo na Líbia, no Rio de Janeiro ou mesmo no trânsito, violento, das nossas grandes cidades e procuro extrair lições. O que vejo é excesso de agressividade e violência. E me pergunto: será que não pode ser diferente e melhor?
Pode e deve. Mas para isso é preciso que mudemos nossa postura, assumindo o compromisso, verdadeiro, de ajudar a construir a paz, todas as horas, todos os dias da nossa vida.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região