Mundo das Palavras

Psicopata provoca pânico

Coluna semanal do jornalista, doutor em Comunicação Social e professor Oswaldo Coimbra
Como uma máquina de moer gente, o psicopata que desde setembro do ano passado persegue uma moça, mãe de três crianças – assunto das nossas últimas colunas -, por ela não ter aceito viver com ele, começa a atingir seu objetivo: a de destroçar completamente sua vítima não só implodindo a rotina dentro da qual ela obtinha recursos para a manutenção de sua família, como desestruturando-a psicologicamente até levá-la ao desespero. 
 
A ação dele, sustentada dia após dia, em qualquer horário, inclusive no meio da noite, tanto no ambiente familiar da moça como fora dele, foi sempreguiada por inteligência carente de sentimento humano, insistência e a aplicação obsessivas. Os traços próprios dodesequilíbrio mentalque se manifesta pela competência em gerar situações que atormentem outra pessoa.
Esta ação começou provocando ansiedade e angústia quando, provavelmente com a cumplicidade de algum funcionário de empresa de telefonia, o psicopata invadiu os telefones celulares da moça, do seu namorado, de sua irmã e da irmã de seu ex-marido para transmitir mensagens carregadas de ofensas e bloqueá-los com chamadas sucessivas. Além de ocupar, do mesmo modo, o telefone convencional do local onde ela obtinha sua sobrevivência.  
 
Depois, ele provocou sustos e traumas na moça com graves denúncias falsas contra ela num programa sensacionalista de televisão, no disque-denúncia da Polícia Militar, e, até junto a uma Comissão de Direitos Humanos. Com isto, envolveu-a num pesadelo infindável criado por sucessivas intimações e abordagens policiais, na casa dela e no local onde ela desenvolvia suas atividades. 
Na última semana, o psicopata usou o telefone convencional daquele local com a mesma aplicação maníaca para rir do medo dela. E, ela, por fim, sucumbiu. Entrou em crises de pânico. Ficou sem coragem até de sair de casa, onde também não tem tranquilidade porque ele encontrou outros modos de inquietá-la ali. Por exemplo, usando o número do CPF para interferir nas prestações dos serviços que a moça compra para ela e seus filhos. 
 
A situação de riscosfísicos e psicológicos em que a moça se encontra será apresentada, nos próximos dias, novamente a um juiz criminal de plantão pelo advogado Marcos Santos Conceição, que, há poucas semanas, assumiu a defesa da moça. Ele insistirá na necessidade da prisão preventiva do psicopata. Amoça tem chance de obter proteção da Justiça? Perguntamos isto ao advogado. A seguir a resposta dele, enviada por e-mail:
 
“A nossa cliente vem sofrendo agressões psicológicas de um sujeito que vem descumprindo as medidas protetivas de urgência, previstas na lei Maria da Penha (11.340/06). É necessário, pois, providências enérgicas, para coibir exemplarmente esse tipo de conduta. A lei é um importante e efetivo mecanismo de proteção às mulheres, que prevê o decreto de prisão preventiva nos casos de agressão física e psicológica contra as mulheres. 
 
Essa lei vem atuandocom maior rigidez e efetividade na punição dos agressores.  No entendimento da defesa, a prisão preventiva é a medida legal que ira inibir esse agressor de praticar novas ameaças, tirando-o do convívio da sociedade, com o objetivo de resguardar a vida e a integridade física da nossa cliente”.
 

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