Quero mostrar que, a água da chuva para fins não potáveis em áreas urbanas, pode ser um fator importante para o uso racional deste importante líquido para as concessionárias públicas, pois um contra-senso usarmos 35% da água potável inclusive com flúor para descarga das bacias sanitárias. Só para se ter uma idéia, podemos economizar 15% do serviço de abastecimento público de água com o reaproveitamento da chuva.
Em Guarulhos temos bons exemplos, como um posto de gasolina em Guarulhos localizado na esquina da rua Dona Tecla com rua Cachoeira no bairro do Picanço cujo consumo reduziu 50%, usando água de chuva.
Diferentemente do Brasil, onde as concessionárias punem quem usa água de chuva, cobrando a tarifa de esgoto total, mesmo quem as destina à lavagem de pátios e irrigação de jardins, em outros países a captação da chuva é incentivada pelos administradores públicos. No Texas, a cidade de Austin incentiva o uso da água de chuva, fornecendo US$500 a quem instalar sistema de captação de água de chuva e
A história do mundo mostra que as antigas civilizações realizavam a captação da água da chuva.
Em uma região, por exemplo, onde a precipitação média anual é de 1500mm, poderá ser captado 50% de água, ou seja, 750mm/ano e uma média mensal é de aproximadamente 60mm.
A Pedra Moabita, uma das inscrições mais antigas do mundo encontradas no Oriente Médio, datada de
No palácio de Knossos, na ilha de Creta, a aproximadamente
A famosa fortaleza de Masada, em Israel, tem dez reservatórios cavados nas rochas com capacidade total de 40 milhões de litros.
Uma comissão formada na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) vem realizando um projeto de norma para o aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis. Países como a Alemanha e o Japão, saíram na frente ao implementarem normas.
Num futuro bem próximo teremos um sistema conhecido como “Dual de distribuição de água fria”, sendo um para água potável e outro para água não potável.
O custo do sistema para o armazenamento da água, incluindo as canalizações, instalação elétrica, bomba centrífuga flutuante, dispositivo automático de limpeza com filtros, reservatório em polipropileno ou chapa de aço inox é de aproximadamente US$ 200/m3.
A viabilidade é clara para os consumidores das categorias comerciais e industriais e para casas com áreas acima de 300m2 No que se refere a pequenas residências, a viabilidade fica prejudicada, pois, o subsídio da água pública chega até 20m3 mensais.
Muitas indústrias, shoppings, supermercados e prédios já estão usando a água de chuva para fins não potáveis; inclusive a Prefeitura Municipal de Curitiba e Prefeitura Municipal de São Paulo já possuem leis a respeito. Por isso mesmo, se faz necessário no atual momento, a disseminação do uso racional da água, sobretudo, do aproveitamento da água d chuva que pode ser tão aproveitada por todos nós.
*Plínio Tomaz, 66, é engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP, ex-superintendente e diretor do SAAE, e ex-funcionário do Ministério das Minas e Energia. Atualmente, é conselheiro do CREA-SP, diretor de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da ACE-Guarulhos, coordenador do projeto de norma da ABNT para aproveitamento da chuva e assessor especial de meio ambiente da OAB-Guarulhos.