Entre eles estavam: Matt Dilon, Ralph Macchio, Rob Lowe, Emilio Estevez, Tom Cruise, C. Thomas Howell, Daiane Lane e Patrick Swayze. Alguns destes jovens astros se mantêm no topo até hoje, alguns se perderam no tempo e outros optaram por uma carreira discreta, mas produtiva, como foi o caso de Swayze.
Filho de um engenheiro com uma bailarina, ainda jovem se tornou dançarino de balé. Porém ao conquistar a cobiçada vaga de primeiro bailarino de uma companhia famosa de Nova Iorque foi vítima de um golpe do destino – o primeiro em sua vida – ao ver-se obrigado a abandonar um espetáculo ao lado do maior bailarino do mundo, Mikhail Baryshnikov, quando uma velha contusão dos tempos de futebol o obrigou a interromper sua carreira.
O destino havia fechado uma porta, mas aberto uma porteira, já que na carreira de ator – sua segunda opção – Patrick fez seu nome. Ironicamente estreando na Broadway como Danny Zuko no musical Grease – papel de John Travolta no cinema – e depois em alguns papéis coadjuvantes no cinema, foi
Em seguida fez o filme “Matador de Aluguel” – mais uma tradução brasileira de título, sem pé e nem cabeça, onde interpretava um leão de chácara num bar de estrada embalado pelo blues contagiante de Jeff Healey. Olha a música aí de novo lado a lado com Swayze neste vídeoclipe de longa metragem. Mas o grande filão de Patrick veio mesmo em Ghost, uma comédia romântica sobrenatural que emocionou o mundo e fez com que a música – Swayze e música, de fato nasceram um para o outro – dos Righteous Brothers depois de décadas voltasse às paradas de sucesso.
Depois de Ghost, um outro sucesso do astro foi Caçadores de Emoção, em que ele interpretava um surfista ladrão de bancos com uma filosofia de vida no mínimo invejável e um final mais do que honrado, assim como foi o final deste astro que preferiu morrer em seu rancho – com o estranho nome de Bizarro – sob os olhos de toda sua família. Uma despedida digna a um astro ímpar que venceu a luta contra o alcoolismo, a luta contra as drogas, a luta contra a fama fácil e o assédio constante, mas foi derrotado por uma doença absurdamente cruel e fatal.
Patrick deixa um legado de alguns filmes bacanas, mas seu maior legado sem dúvida foi a história de amor com sua esposa Lisa Niemi, com quem era casado há 34 anos, numa eterna paixão cada vez mais ascendente. Num mundo fútil como o que circulam astros e estrelas, onde se casa numa capa de revista, se separa em outra e se casa novamente na edição do dia seguinte, só mesmo um grande homem para abolir o sexo gratuito fast-food e abdicar da fama vazia e nula para viver uma longa história de amor ao lado de sua prometida.
A última carta de Patrick deixada para sua esposa foi sem dúvida a sua última dança e talvez uma das mais dignas de aplausos em sua carreira. Encerro com as palavras deste ator bacana e marido exemplar: “Sou muito grato por você ter escolhido me amar. Eu sei que, por causa de você, achei minha alma e me tornei o homem que sempre quis ser. Você é minha mulher, minha amante, minha amiga e minha dama. Eu sempre te amei, eu te amo agora e vou amá-la ainda mais”. Ao som de Unchained Melody a vida imitou a arte ou a arte que imitou a vida… ou neste caso: a morte!
Maurício Nunes é autor do livro Sob a Luz do Cinestar e também mantém o blog www.programacinelandia.blogspot.com