Economia

BNDES prevê liberar US$ 7 bi para Comércio Exterior

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá liberar em torno de US$ 7 bilhões para operações de comércio exterior neste ano, montante semelhante ao desembolsado em 2013, mas a expectativa é por uma redução da parcela destinada a projetos de longo prazo na modalidade pós-embarque, como empreendimentos de infraestrutura e vendas de aviões.

Segundo a superintendente da Área de Comércio Exterior do banco de fomento, Luciene Machado, as operações na modalidade pós-embarque deverão ficar com 60% dos recursos neste ano. O restante vai para a modalidade pré-embarque, com prazos mais curtos e repasse indireto. Ano passado, o pré-embarque respondeu por 60% dos desembolsos para comércio exterior.

A venda de aviões e os projetos de infraestrutura puxarão o crédito pós-embarque. “São grandes contratos de vendas de aeronaves da Embraer nos Estados Unidos e projetos de infraestrutura no exterior”, afirmou Luciene, após participar de um painel no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), promovido no Rio pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

A executiva ressaltou que, como os financiamentos na modalidade pós-embarque são em geral voltados para grandes empresas exportadoras de manufaturados ou serviços, com clientes cativos no exterior, os desembolsos para esse fim em geral não oscilam muito no curto prazo.

Já as operações de pré-embarque podem eventualmente ter aumento de demanda no caso de crises nos mercados financeiros internacionais, que podem atrapalhar a liquidez do crédito internacional, como ocorreu em 2008 e 2009. Por enquanto, as opções de crédito para o adiantamento de contratos de câmbio (ACC) têm sido vantajosas para as empresas, segundo Luciene.

Para a superintendente do BNDES, a crise na Argentina não tem causado problemas para o banco de fomento. Como a modalidade pré-embarque é indireta, o risco das operações fica com o banco repassador.

No médio prazo, a superintendente do BNDES não vê problemas por causa da normalização da política monetária do Federal Reserve, que tende a atrair fluxos de capital para os Estados Unidos. Sua impressão é baseada nos contatos com os bancos repassadores da linha do banco de fomento.

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