O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, avaliou nesta quarta-feira, 13, que o cenário para o setor de motos é de manutenção da restrição ao crédito, principalmente de bancos privados, e ainda de readequação nos custos na cadeia de motos. Fermanian afirmou que mesmo com a liberação de até R$ 45 bilhões pelo Banco Central em créditos, as dificuldades continuarão para o setor.
“Os bancos privados manterão a seletividade de crédito mesmo com liberação do compulsório e com a queda na inadimplência”, afirmou Fermanian durante o 24º Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em Curitiba (PR). Dados da Abraciclo apontam que vendas de motos financiadas recuaram 14,3% no primeiro semestre de 2014, ante igual período de 2013, para 43,3 mil unidades, enquanto as vendas totais caíram 4%.
Segundo Fermanian os grandes bancos privados respondem porquase a metade do crédito ao setor, com a outra metade dividida entre os bancos das montadoras e a Caixa Econômica Federal, via Banco Panamericano. “Há um trabalho da Abraciclo e do setor público para mudar o cenário, mas os bancos privados têm sido resistentes”, disse presidente da Abraciclo.
Outra ação das montadoras de motos, segundo Fermanian, é a readequação dos custos pela cadeia de motos, com fornecedores, fabricantes e concessionários. “E não é só cortar mão-de-obra, é preciso avaliar e fazer mais com menos recursos”, disse.
Entre as sugestões apresentadas pelo presidente da Abraciclo para melhoria das vendas estão a ampliação das vendas de usadas nas concessionárias e ainda a melhoria no pós-venda. “Usadas podem ser um diferencial para concessionárias, pois movimentam quase o dobro do mercado de motos novas e as vendas cresceram mais de 8% no primeiro semestre, contra queda de 4% nas novas”, justificou. “Já o incentivo ao pós-venda melhora as vendas de peças”, concluiu. *o jornalista viajou a convite da Fenabrave