Passado o estresse inicial dos mercados com a morte do candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, houve uma acomodação dos ativos no período da tarde, mas as taxas futuras de juros de longo prazo se mantiveram em alta, deixando a queda do dólar, em alguns momentos da tarde, e dos yields dos Treasuries em segundo plano. O movimento, diante da ausência de indicadores, se deu com base nas incertezas sobre o quadro eleitoral sem a presença de Campos. Depois, com o dólar voltando a subir na reta final, o avanço dos juros ganhou um pouco mais de tração.
No final da sessão estendida, o contrato de janeiro de 2015 (34.895 contratos) terminou em 10,84%, igual ao ajuste da véspera. O contrato para janeiro de 2016 (248.865 contratos) encerrou em 11,42%, de 11,37% no ajuste. O contrato para janeiro de 2017 (465.650 contratos) fechou a 11,68%, de 11,57% ontem, e o contrato para janeiro de 2021 (148.160 contratos) marcou 11,93%, de 11,779% ontem.
As justificativas que permearam os negócios hoje giraram todas em torno do quadro eleitoral, agora sem Eduardo Campos. O mercado trabalha com a hipótese de Marina Silva, vice de Campos na chapa do PSB, ser a nova candidata, o que poderia agregar votos e complicar a candidatura de Aécio Neves.
O mercado acredita que apesar de Marina poder roubar votos de Aécio – da mesma forma que de Dilma – não deve prejudicar a realização de um segundo turno. Christopher Garman, da Eurasia, avaliou nesta tarde que a chance para ambos irem ao segundo turno está empatada em 50%. A hipótese que mais desagrada ao mercado, num primeiro momento, é a possibilidade de não haver segundo turno. E, havendo, começará a haver a contabilização da hipótese de Aécio não estar nele. Esse quadro gerou ainda mais cautela.