Economia

Alternativas a acionistas da Oi devem sair até dia 31

O BTG vai apresentar até o dia 31 de outubro para os acionistas da operadora de telefonia Oi todas as alternativas estratégicas que devem dar novo rumo à quarta maior companhia do País, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo uma fonte a par do assunto. Nesse pacote, estão o fatiamento da TIM Brasil, que pertence à Telecom Itália, em parceria com a América Móvil, dona da Claro, e Telefônica, controladora da Vivo, ou uma possível fusão entre Oi e TIM.

“O BTG está analisando todas as alternativas e apresentará aos acionistas da companhia (entre eles, Andrade Gutierrez, La Fonte, BNDES e Portugal Telecom) qual a proposta mais viável”, disse a mesma fonte.

Não há, neste momento, nenhuma oferta oficial. “Não tem nenhum cheque pronto”, afirmou essa fonte, referindo-se às propostas de potenciais grupos estrangeiros na operadora Portugal Telecom (PT).

Entre eles está o grupo francês Altice, que declarou publicamente interesse nos ativos da operadora portuguesa, que está sob o guarda-chuva da Oi. “A PT é considerada um ativo estratégico e só deverá ser vendida se puder compor no processo de consolidação da Oi. Já há grupos europeus interessados na participação de 25% da PT na companhia angolana Unitel”, disse a fonte.

Na segunda-feira, a Oi informou que o banco BTG Pactual, que também é sócio da operadora, já foi contatado por diversos interessados em obter informações sobre os negócios da Portugal Telecom. Além da francesa Altice, estão entre os possíveis compradores fundos de investimentos e grupos europeus.

A companhia informou que está focada na redução do seu alto endividamento (R$ 46,2 bilhões) e de custos, além de seguir com seu processo de fusão para a ida da companhia para o Novo Mercado da Bolsa, programada para o fim do primeiro trimestre do ano que vem.

Ações

Na terça-feira, 14, as ações preferenciais da Oi subiram 5,22%, liderando as altas do Ibovespa, enquanto as da TIM avançaram 2,31%, com a expectativa de investidores de consolidação do mercado brasileiro, de acordo com analistas de mercado. Nos últimos dias, os papéis da companhia tiveram forte desvalorização, após a renúncia, no início da semana passada, do executivo moçambicano Zeinal Bava, que estava com sua imagem desgastada após os escândalos envolvendo uma aplicação de 897 milhões da PT na holding Rioforte, do grupo Espírito Santo, que não foi paga.

Durante Futurecom, evento de telecomunicações e TI realizado ontem em São Paulo, o presidente interino da Oi, Bayard Gontijo, admitiu que a companhia possui um nível elevado de alavancagem, mas que esse problema já está sendo endereçado dentro do processo de reestruturação. Gontijo recebeu carta branca dos acionistas brasileiros da Oi para promover as mudanças necessárias na empresa, segundo fontes.

Reestruturação

O executivo explicou que já estão em andamento planos de cortes de despesas operacionais, revisão de investimentos e venda de ativos. Entre abril do ano passado e junho de 2014, a companhia negociou R$ 6,5 bilhões de ativos. Entre os ativos já vendidos, por exemplo, estão torres e cabos submarinos.

No mesmo evento, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou que a Oi já tinha declarado interesse em comprar a TIM durante um encontro recente com o governo. Marco Patuano, presidente da Telecom Itália, também presente no evento, afirmou que a subsidiária brasileira não está à venda, “mas pode avaliar proposta dependendo do preço”.

Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica, afirmou que a operadora ainda não foi contatada pelo BTG no caso de um eventual fatiamento da TIM. Segundo ele, o foco da companhia é concluir a compra da GVT, que pertencia à francesa Vivendi, por cerca de R$ 22 bilhões. A conclusão da venda está prevista para o primeiro semestre de 2015. Fontes ouvidas pelo jornal O Estado afirmam que Claro e Telefônica devem se pronunciar em breve a respeito do fatiamento. *Com Agência Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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