Economia

ONS reduz estimativas de chuva em outubro

A situação dos reservatórios da Região Sudeste continua se deteriorando, e com isso o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou ontem indicadores ainda menos favoráveis para a próxima semana.

O custo de operação do sistema ficou mais elevado e o nível esperado dos reservatórios permanece em constante revisão para baixo. O preço de energia de curto prazo voltou a subir ao patamar mais alto permitido para o ano, a R$ 822,83, em todas as regiões do Brasil e patamares de consumo de carga, diante da redução da estimativa de chuvas que deverão chegar aos reservatórios das hidrelétricas em outubro.

O governo federal descarta racionamento atualmente e afirma que o risco de haver qualquer déficit de energia em 2015 está abaixo do patamar máximo aceitável, de 5%. O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS projeta um volume menos robusto de chuvas no Sudeste, região responsável por 70% do armazenamento de água nas usinas hidrelétricas. Como a percepção em relação às chuvas na Região Sudeste/Centro-Oeste é menos favorável nesta semana, o ONS reduziu de 19,9% para 19% a estimativa para o nível de água nos reservatórios no fim de outubro.

Na quinta-feira, os reservatórios do Sudeste armazenavam o equivalente a 22,09% da capacidade. No Sul, a nova projeção é de que os reservatórios encerrem o mês com 91,7% da capacidade, abaixo da previsão de 96,4% anunciada na semana passada. No Nordeste, a previsão foi revista de 15,1% para 14,5%. Já na Região Norte houve revisão de 34,7% para 33,4%. Anteontem, o nível dos reservatórios das usinas nas três regiões estava em 90,10%, 18,37% e 36,81%, respectivamente.

Chuvas

A expectativa de meteorologistas era de que as chuvas voltassem a ocorrer a partir das duas últimas semanas de outubro no Sudeste/Centro-Oeste, intensificando-se com o início do período úmido em novembro.

Segundo o Informe do Programa Mensal de Operação (PMO) do ONS, as chuvas previstas em outubro para o Sudeste/Centro-Oeste, que concentra os principais reservatórios de hidrelétricas do País, deverão ser de 67% da média histórica para o período. O ONS divulgou que o indicador de custos marginais de operação (CMO) para o período entre 18 e 24 de outubro ficou em R$ 852,70 para todos os subsistemas.

O valor é 6,7% superior ao anunciado na semana passada, de R$ 802,38/MWh. O CMO é uma referência da trajetória esperada para o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), índice utilizado como balizador de preço para a energia comercializada no mercado de curto prazo. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), valor que referencia a liquidação de operações de compra e venda no mercado à vista, voltou a atingir o patamar máximo. O teto de R$ 822,83 MW/h não era registrado desde a última semana de maio.

Consumo

O ONS revisou a previsão da carga mensal no sistema para outubro, que deverá ficar em 66.030 MW médios. O número é superior à estimativa anterior, de 65.309 MW médios. Caso confirmada a projeção, a carga terá crescimento de 2,4% ante o mesmo mês de 2013, acima da estimativa de 1,3% da sexta-feira da semana passada. O principal destaque fica por conta da Região Sudeste.

O ONS prevê que a carga crescerá 2,5%, e não mais 1% como previsto na semana passada. A estimativa para a carga da Região Sul foi elevada de 2,1% para 3,4%. Na Região Nordeste, a previsão é menos favorável, com alta de 3,2% na comparação entre meses de outubro, ante 3,4% da semana anterior. A carga da Região Norte é a única que deve encolher nessa base comparativa, ficando em -1,3%. Antes, o ONS projetava queda de 1,5%. (com agência internacional) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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