O preço de liquidação das diferenças (PLD) no mercado brasileiro continuará no limite máximo de R$ 822,83/MWh estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por mais uma semana. Balizador do PLD, o custo marginal de operação (CMO) voltou a subir, impedindo a queda do indicador que determina o preço da energia nas transações de compra e venda do mercado de curto prazo.
Nesta sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que o CMO para o período entre 1º e 7 de novembro ficou em R$ 1.009,82 para todos os subsistemas. O valor é 13,4% superior ao anunciado na sexta-feira passada, de R$ 890,12/MWh.
Na semana passada, com o CMO acima de R$ 850/MWh, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já havia anunciado a volta do PLD ao patamar teto de R$ 822,83/MWh, o que voltou a ocorrer em outubro após mais de quatro meses. A divulgação do PLD para a próxima semana deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.
O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS sinaliza que as condições de chuva para o mês de novembro ainda não são favoráveis o suficiente para garantir a recomposição dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste. Essa previsão, associada a uma perspectiva de aumento da demanda por energia, levou o ONS a projetar a continuidade da queda no nível dos reservatórios durante o mês de novembro, o primeiro mês do chamado período úmido que vai até abril.
A previsão de Energia Natural Afluente (ENA) no Sudeste do País, região responsável por 70% do armazenamento de água nas usinas hidrelétricas, foi estabelecida em 74% da média de longo termo (MLT) para o mês de novembro. Esta é a primeira projeção oficial anunciada pelo ONS para o mês de novembro.
Na região Sul, onde o volume de chuvas ultrapassou a média histórica durante o mês de outubro, o ONS prevê que a ENA de novembro ficará em 81% da MLT. A estimativa para o subsistema Nordeste foi estabelecida em 36% da MLT. A projeção para ENA na região Norte, por sua vez, ficou em 80%.
Como a percepção em relação às chuvas na região Sudeste/Centro-Oeste continua aquém do desejado, o ONS prevê que o nível de água nos reservatórios da região ao final de outubro ficará em 15,8%. Caso confirmada a estimativa, o nível estaria abaixo da marca registrada no período seco de 2001, ano em que o Brasil passou por racionamento, e no pior nível desde o início do século, segundo levantamento da comercializadora Comerc. Ontem, os reservatórios do Sudeste armazenavam o equivalente a 18,85% da capacidade.
No Sul, a projeção para os reservatórios ao final de novembro ficou em 75,3% da capacidade. No Nordeste, a previsão foi estabelecida em 11,4%. Já na região Norte ficou definido em 27,3%. Ontem, o nível dos reservatórios nas três regiões estava em 85,71%, 15,88% e 33,16%, respectivamente.
Carga
O ONS também anunciou a primeira previsão da carga mensal no sistema nacional para o mês de novembro, que deverá ficar em 66.691 MW médios. O número representa uma expansão de 2,6% em relação à carga apurada em novembro do ano passado.
O resultado é puxado pela expansão de 5,2% e 4,9% no consumo previsto para as regiões Sul e Nordeste, respectivamente. A demanda mensal da região Sudeste/Centro-Oeste deve crescer 1,8% em igual base comparativa. Na região Norte, a carga deve encolher 1,2%, de acordo com o ONS.