O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 0,1% em outubro ante o mês anterior, para 72,2 pontos, considerando os dados ajustados sazonalmente. Em setembro, o ICD havia subido 1,4%. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a estabilidade na margem não altera a tendência de piora da percepção sobre o estado geral do mercado de trabalho pelo consumidor que vem sendo observada nos últimos meses.
“O resultado reflete a fraca condição recente de crescimento da economia brasileira e expectativas distintas dependendo da faixa de renda. Surpreendentemente, a faixa de renda mais baixa está pessimista e a de renda mais alta, otimista. As pessoas com renda até R$ 2.100,00 esperam uma elevação da taxa de desemprego enquanto pessoas com renda superior a R$ 9.600,00, uma menor taxa de desemprego”, destacou o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da FGV, em nota.
A instituição ressaltou ainda que foram essas classes que mais contribuíram para o resultado do ICD em outubro. Entre as famílias com renda mensal até R$ 2,1 mil, o Indicador de Emprego (invertido) subiu 1,3%. Já entre os consumidores que possuem renda familiar acima de R$ 9,6 mil, houve queda de 1,1%.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.