A Polícia Federal desarticulou um grupo que vinha praticando fraudes contra a Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Sul mediante uso de empresas fantasmas e documentos falsos para a retirada de empréstimos que não eram quitados. O esquema contava com a participação de um gerente de agência, que facilitava a liberação dos financiamentos, um correspondente bancário e pessoas que se faziam passar por empresários. Uma estimativa inicial indica que os prejuízos causados à instituição podem se aproximar de R$ 20 milhões.
A investigação começou em procedimentos internos da própria Caixa, motivada pela percepção de que havia alta taxa de inadimplência em agências pelas quais o gerente havia passado. Diante da pista de esquema criminoso, a Polícia Federal foi acionada e descobriu que a organização criou cerca de 70 empresas para contrair empréstimos e descontar duplicatas mediante apresentação de documentação falsa. Como os financiamentos não eram quitados, a busca pelos devedores acabava descobrindo que pessoas jurídicas de fachada simulavam operações entre elas para acessar o sistema bancário.
Nesta quarta-feira, 5, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e 13 de condução coercitiva de suspeitos em Porto Alegre, Canoas, Estância Velha e Novo Hamburgo. Pelo menos um automóvel de luxo foi recolhido e cinco imóveis se tornaram indisponíveis. Os envolvidos prestaram depoimento e foram liberados. Ao final do inquérito eles poderão ser indiciados e responder por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. O funcionário da Caixa foi afastado e o correspondente, descredenciado.