O Produto Interno Bruto (PIB), soma de toda a renda gerada no País, cresceu 0,32% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, já descontados os efeitos sazonais, estima o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) por meio do Monitor do PIB. O dado busca antecipar os resultados do indicador mais importante da economia a partir das mesmas fontes e metodologia empregadas no cálculo oficial.
De julho a setembro, tanto a indústria quanto os serviços exibiram recuperação após perdas intensas no segundo trimestre. A agropecuária, que vinha com resultado positivo no ano, recuou no terceiro trimestre, segundo dados obtidos com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Um resultado positivo interromperia a sequência de quedas que caracterizou uma “recessão técnica” na primeira metade deste ano. O IBGE apontou queda de 0,2% no primeiro trimestre e recuo de 0,6% no segundo trimestre, sempre em relação ao período imediatamente anterior. Os resultados das Contas Nacionais Trimestrais referentes ao terceiro trimestre serão divulgados pelo IBGE no dia 28 de novembro.
Apesar da alta trimestral, o dado não deve ser interpretado como um sinal de fôlego da economia. “O terceiro trimestre começou com um resultado muito bom em julho, e as altas foram decrescentes em agosto e setembro. Então, não quer dizer que (a economia) esteja acelerando. Pode ser que, no trimestre que vem, o número volte a ser negativo”, afirmou o economista Claudio Considera, pesquisador associado do Ibre/FGV, responsável pelo Monitor do PIB e ex-coordenador de Contas Nacionais no IBGE.
No terceiro trimestre, a indústria cresceu 1,47% em relação ao segundo trimestre, de acordo com o Monitor do PIB. A melhora só não ocorreu no segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Houve avanço na indústria de transformação, da construção e na indústria extrativa. No segundo trimestre, o setor produtivo havia caído 1,43%.
Os serviços, que ficaram no vermelho entre abril e junho, melhoraram no terceiro trimestre, com avanço de 0,66%. Comércio e outros serviços, principais motores da atividade, voltaram ao azul e tiveram bom desempenho no período. A agricultura registrou queda de 0,71% no PIB do terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. Considera lembrou que, diante do período de entressafra, o resultado não chega a ser uma surpresa.
Ano
Na comparação do terceiro trimestre em relação a igual período de 2013, porém, a economia ficou estagnada, com avanços na agropecuária (2,5%) e nos serviços (0,8%), mas queda na indústria (-1,5%).
No acumulado em 12 meses, a taxa de crescimento da economia desacelerou ainda mais, para 0,8% até setembro, segundo o Monitor do PIB. “O número (do PIB) cada vez mais se aproxima de zero”, disse Considera.
Para as estimativas, o Ibre/FGV compilou os dados já divulgados até o momento, correspondentes a 100% das informações de julho e agosto e 70% dos dados referentes a setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.