O salto nos vencimentos dos parlamentares, para R$ 26,7 mil, aprovado na última quinta-feira pelo Senado é proporcional ao aumento nos salários dos deputados federais, senadores, presidente e vice-presidente da República e ministros de Estado.
Com base na lei que será promulgada, o reajuste concedido aos parlamentares guarulhenses será de 63%, além dos benefícios recebidos mensalmente como a disponibilidade de um carro, vale gasolina no valor de até R$ 1 mil, além de uma estrutura de gabinete composta por até 20 assessores, com salários que variam entre R$ 600 e R$ 5 mil.
Para o diretor-executivo da Ong (Organização não Governamental) de combate à corrupção Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, o aumento aprovado pelos parlamentares e o efeito cascata no Legislativo é visto como uma das disfuncionalidades existentes na Constituição Federal, que fixa a proporcionalidade dos salários nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores.
"Esse reajuste deveria se justificar a partir da análise do desempenho dos parlamentares. Da forma como está não podemos julgar se é descabivel, mas afirmar que deveria ser visto junto a redução de uma série de outros benefícios que eles recebem. Há algum tempo fizemos um levantamento do gasto de gasolina dos vereadores de Belo Horizonte e constatamos que os campões em gastos teriam de permanecer 25 horas por dia dentro do carro, o que logicamente não ocorre", avaliou Abramo.
Os deputados e senadores terão aumento de 61% sobre o salário atual de R$ 16,5 mil. No caso do presidente da República e do vice, que recebem hoje R$ 11,4 mil, o reajuste será de 133,9%. O aumento dos ministros será ainda maior, já que eles recebem R$ 10,7 mil.
A matéria aprovada não prevê efeito cascata no Executivo, porém com o aumento nos salários de ministros, presidente e vice, espera-se que governadores e prefeitos também trabalhem pelo reajuste.