Em uma eleição previsível, a Câmara elegeu, nesta-quarta, por 33 votos o vereador Eduardo Soltur (PV) presidente da Câmara para o biênio 2011/2012. O único voto de abstenção foi do líder da oposição, Geraldo Celestino (PSDB). Depois de cerca de duas horas de obstrução, até mesmo o centrão e membros de oposição ao governo votaram a favor da chapa "Reestruturação com Transparência", formada somente por representantes da base governista.
A nova composição da Mesa Diretora encabeçada por Soltur terá como membros os vereadores Edmilson Souza (PT) -1° vice presidente -, Wagner Freitas (PR) – 2° vice presidente-, Toninho Magalhães (PTC) -1° secretário -, Paulo Sérgio (PV) – 2° secretário-, Lameh Smeili, (PT do B) – 3° secretário -, e Auriel Brito (PT) – 4° secretário.
Diante da confirmação do cenário há quase uma semana, oposição e bloco de centro cogitaram inicialmente a possibilidade de acionar a Justiça, por meio de um mandado de segurança, a fim de garantir representação na mesa e o respeito a proporcionalidade dos partidos. A iniciativa, porém, logo foi descartada.
"A maioria votou favorável, por isso não faz sentido acionar a Justiça nesse caso. É uma pena que eles tenham preferido passar por cima de nós como um trator. Perderam a oportunidade de compor com os outros partidos e, assim, irão assumir integralmente a responsabilidade sobre os atos da Casa", disse Celestino.
Líder do bloco de centro, a vereadora Helena Sena (PSC) justificou seu voto ao acordo firmado com seu grupo e por respeito ao presidente eleito. "Demos nossa palavra e não poderíamos voltar atrás. É lamentável que o Soltur não tenha cumprido a sua", afirmou Helena. Para o vereador Eduardo Carneiro (PSL), o grupo optou por honrar o acordo firmado com Soltur "como exemplo a ser seguido pela Casa". "Ganhar no tapetão não dá. Cumprimos com nossa palavra até mesmo para que isso siga como exemplo. Além disso, o centrão não sai prejudicado da disputa porque nos firmamos como um grupo que marca posição e discute", acrescentou Carneiro.
O presidente eleito se diz satisfeito com o resultado da eleição e promete uma gestão pautada pelo diálogo e sem a ingerência do Executivo. "Correu tudo como planejado. Os vereadores cumpriram com sua palavra, porque, afinal, sempre pedi votos para presidente e não para os membros da mesa", afirmou Soltur.
De acordo com ele, uma de suas principais iniciativas será o aumento da autoestima dos funcionários. "A Casa tem ótimos funcionários, mas percebo que muitos estão desanimados. Quero conversar com todos, ouvir suas reivindicações e atender no que for possível", prometeu Soltur.
Ele promete ainda uma "reestruturação da Câmara com transparência", diálogo com os poderes e a viabilização do novo prédio. "Quero harmonia entre os poderes, porque atualmente o relacionamento entre Legislativo e Executivo é muito complicado. Também farei o possível para que o novo prédio saia do papel, porque se trata de uma reivindicação da população", finalizou Soltur.
Centrão sai fragilizado da disputa e perde espaço em comissões
O resultado da eleição para a Mesa Diretora da Câmara para o biênio 2011/2012 refletiu diretamente na composição das Comissões Técnicas. A estratégia arquitetada pelo grupo de centro e oposição que previa a possibilidade de deixar a bancada petista fora da mesa surtiu efeito negativo fez com que, principalmente, o centrão perdesse espaço em comissões estratégicas como a de Higiene e Saúde Pública, da qual ficaram fora os médicos Eduardo Carneiro (PSL) e José Mário Stranghetti Clemente (PTN). Em protesto, membros do centrão se abstiveram da eleição para a maioria das comissões, o que não impediu a perda de espaço.
Os eleitos para integrar as comissões devem apresentar até o dia 27 a composição dos cargos de presidente, secretário e membro. Veja abaixo os escolhidos.
