A possibilidade de o campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ser transferido de Guarulhos para São Paulo foi o assunto predominante na Câmara Municipal nesta quinta-feira (8).
Os vereadores do PT Rômulo Ornelas, Jonas Dias e professora Eneide, além dos tucanos Geraldo Celestino e José Mário, manifestaram apoio à permanência da Unifesp na cidade. Para Ornelas, o argumento de que é preciso transferir o campus devido à dificuldade de mobilidade é infundado. "Isso é interesse de alguns professores e alunos elitistas, que acham que a universidade só pode existir nos grandes centros", afirmou.
A presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, vereadora Eneide, propôs a realização de um manifesto a favor da não transferência do campus e alertou que a decisão não cabe ao governo federal, mas sim ao conselho universitário da instituição de ensino.
Inscrita para a Tribuna Livre, Fernanda Conceição de Matos, ex-aluna do curso de Ciências Sociais da Unifesp Guarulhos e professora de Sociologia no bairro Pimentas, revelou que a intenção de retirar a universidade do município "não é de hoje". Fernanda afirmou que sofreu preconceito na universidade. "Eu só ouvia falar mal do bairro dos Pimentas. Essa é uma questão elitista, daqueles que não aceitam uma universidade na periferia".
A professora convidou os presentes no plenário para participarem de uma audiência pública em que representantes do Ministério da Educação (MEC) e a Prefeitura da cidade discutirão esse assunto. O evento será realizado na próxima segunda-feira (12), às 9h, no teatro Adamastor (Av. Monteiro Lobato, 734, bairro Macedo).
Pautas
Todos os 14 itens presentes na pauta do Grande Expediente foram votados pelos vereadores. Na Ordem do Dia, apenas um projeto de lei (PL) foi aprovado, com 24 votos favoráveis. O PL, de autoria da Prefeitura, trata da alteração de dispositivos da Lei nº 6245/2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Ficaram pendentes dois projetos, por não haver o quórum regimental para votação.