A Proposta de Emenda Constitucional acaba com os poderes do Ministério Público de promover investigações. "Essa posição não é de hoje. Tenho convicção sobre o papel dos MPs na apuração de crimes do colarinho branco. Mesmo porque as polícias não têm o conhecimento necessário para lidar com questões políticas e, em tese, estariam muito mais propícias a interferências externas".
No entanto, Carlos Roberto aponta que – ao defender o poder de investigação do Ministério Público – é necessário criar mecanismos para não permitir que os MPs, como acontece em Guarulhos, sirvam aos interesses de um partido ou dos políticos que estão no poder. "Não dá para dar um cheque em branco ao MP, acreditando que nossos promotores são os paladinos da Justiça. Qual investigação, tocada pelo MP Estadual, em Guarulhos, foi adiante nesses 12 anos de PT à frente da Prefeitura?", questiona.
O deputado lembra que os mesmos promotores que tinham uma postura agressiva em relação à Prefeitura de Guarulhos, quando o PT era Oposição, passaram a ser complacentes mesmo diante de uma série de indícios de irregularidades apontadas pela sociedade contra o prefeito Sebastião Almeida (PT). "Nenhum inquérito foi aberto. O caso Água e Vida foi arquivado aqui na cidade sem que as partes envolvidas fossem ouvidas e os documentos que fizeram parte do processo fossem analisados de forma imparcial. As mortes das 14 crianças no Hospital Municipal da Criança, em 2011, nunca foram explicadas".
Apesar de entender que o MP pode ser usado politicamente, como ocorre em Guarulhos, onde há uma relação muito próxima tanto política como familiar, entre o Executivo e o MP, Carlos Roberto garante que manterá sua posição contrária a PEC 37, diferente, inclusive, de outra parlamentar da cidade, que já se manifestou favoravelmente. "Só se ela mudar de opinião agora, diante da pressão popular", finaliza.