Assim como no ano passado, a Câmara Municipal é o ponto central de diversos tipos de protestos. Nesta terça-feira, 05, a Casa de Leis recebeu a reivindicação de moradores da favela São Rafael, localizada no Jardim Vila Galvão, que abriga área com reintegração de posse já oficializada pelo Poder Judiciário. Tanto o vereador e líder do governo na Câmara, Samuel Vasconcelos (PT) quanto o oposicionista Romildo Santos (DEM) entendem que manifestações com esta são provocadas pelo crescimento desordenado da cidade.
Romildo preferiu não encontrar apenas um culpado por esta situação, mas atribuiu uma parcela de responsabilidade a cada prefeito que a cidade teve. Ele sugeriu que o Governo Municipal possa viabilizar parcerias com a Polícia Militar Ambiental e Florestal para evitar que outras áreas possam ser tomadas de forma irregular na cidade.
“Eu atribuo isso à falta de planejamento de moradia popular. O presidente Lula quando anunciou o programa Minha Casa Minha Vida que era previsto 4 mil moradias nos primeiros quatro anos da iniciativa. A gente vê que se chegou a 25% é muito. Há falta de fiscalização da Prefeitura. Se ela realmente trabalha em conjunto com a Polícia Militar Ambiental e a Florestal, Secretaria de Meio Ambiente, não permite que essas invasões ocorram”, explicou o vereador.
Já Vasconcelos entende que o Governo Municipal vem fazendo a sua parte, em especial, auxiliando populares na adesão de programas sociais, além de enfatizar a possibilidade da participação de postulantes a função de parlamentar da cidade. O petista também classificou manifestos daquela natureza como naturais e justificou sua posição citando a dimensão territorial da cidade.
“Guarulhos é uma cidade que cresceu de forma desorganizada. É natural também que este por ser um ano eleitoral a Câmara acaba recebendo uma maior pressão porque temos a presença de pré-candidatos a vereadores e líderes comunitários que querem mostrar sua força. O governo vem fazendo sua parte. Boa parte das famílias estão com o aluguel social, outras chegaram depois. O papel da Câmara é ouvir essas pessoas e encaminhar ao governo. E é isso que temos feito”, declarou Samuel.
De acordo com informações publicadas pelo site do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a reurbanização da comunidade São Rafael teria como previsão de entrega o ano de 2010. A obra deveria ter seu início em 2007. Por meio do Ministério das Cidades, o Governo Federal liberou a quantia de quase R$ 59 milhões para tal processo, que mesmo sem qualquer atividade no local tem o status de que a mesma está em obras. Moradores que estão em uma área da EDP Bandeirante devem deixar o local na próxima quarta-feira, 13.