Os investimentos estruturados e no exterior deverão ganhar mais espaço nas carteiras dos fundos de pensão no Brasil, de acordo com projeção apresentada nesta quarta-feira, 12, pela Associação Brasileira das Entidades Fechados de Previdência Complementar (Abrapp). A estimativa é de que os investimentos estruturados passem de uma fatia de 3,2% do patrimônio dos fundos para alcançar 10% em 2035. Já os investimentos no exterior têm potencial para ir do atual 0,1% para 5%, levando em consideração o mesmo prazo.
“Nosso sistema é muito focado em renda fixa, porque tínhamos títulos que pagavam muito bem, com uma segurança muito grande. Mas isso está começando a mudar e teremos de tomar mais risco para pagar os benefícios comprometidos”, disse o presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto. A projeção aponta que, tendo em vista essa tendência, a participação da renda fixa no total do patrimônio iria de 62,5% para 50% em 20 anos. No entanto, a fatia da renda variável é esperada para cair de 26,9% para 24%.
O presidente da Abrapp destacou que o total de ativos das fundações está atualmente na casa de R$ 700 bilhões, mas existe um potencial de crescimento para chegar, também em 2035, em R$ 3,4 trilhões. Com esse salto, o tamanho desses ativos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passaria de 13,8% para 40%. “Se for comparado com países desenvolvidos esse número é modesto, e há países em que os ativos superam o PIB”, disse o presidente da entidade.
Hoje, as entidades fechadas de previdência complementar contam com 2,4 milhões de participantes e a associação acredita que 900 mil pessoas podem ser incluídas no sistema, de forma imediata. A previsão é de que o número de participantes chegue em 2,65 milhões em 2016 e de 3,38 milhões em 2020. Para 2035 o número passaria para 17,31 milhões.
Segundo Pena, o potencial imediato para novas adesões está, por exemplo, no ingresso de advogados, via OABPrev, e pelo Funpresp, que é o fundo de previdência, criado recentemente, dos servidores públicos federais. “Há ainda a expectativa de criação de fundos de pensão estatuais, para abrigar servidores públicos estatuais e municipais”, lembrou.