O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou o discurso de que o governo vai realizar cortes de gastos públicos. Despesas que crescem “mais que o normal” serão um dos alvos da tesoura do governo reeleito de Dilma Rousseff. O objetivo do Palácio do Planalto é entregar um resultado melhor das contas públicas e, assim, abrir espaço para que o Banco Central volte a cortar juros para estimular a economia.
“O Brasil tem de fazer ajustes e venho dizendo há vários meses. Temos de fazer um ajuste como o de 2011 e estamos preparando medidas. Não será um pacote”, disse Mantega após participar da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20, na Austrália. O ministro, que já anunciou que não continuará no cargo em 2015 não detalhou quais áreas poderão sofrer cortes. “Não está pronto ainda. Mas vamos atacar despesas que estão crescendo mais que o normal. Vamos mudar o ritmo dessas despesas”, disse Mantega. O governo tem sinalizado que pode atacar gastos que têm aumentado acima da inflação.
O ministro da Fazenda explicou aos jornalistas no G-20 que a intenção do governo é “caminhar para um superávit fiscal maior em 2015 do tamanho que já foi anunciado na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias”. “Já tínhamos anunciado o superávit primário em torno de 2% do PIB”, disse.
Com a contenção dos gastos públicos, Mantega defendeu que haverá acomodação da inflação e, assim, o Banco Central terá espaço para “uma política monetária mais flexível”. “Então, vai aumentar o crédito e o consumo”, disse.