Seguindo a orientação da bancada do DEM na Câmara Federal, os dois deputados, que mantém alguma ligação com Guarulhos, Eli Correa Filho e Jorge Tadeu Mudalen, votaram favoravelmente ao Projeto de Lei da reforma trabalhista. Como ambos fazem parte da bancada governista, não há qualquer surpresa. Porém, nunca é demais lembrar que o primeiro teve como candidato a vice, quando disputou a Prefeitura no ano passado, ninguém menos que José Pereira dos Santos, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos que, coincidentemente, hoje lidera greves contra essa mesma reforma.
Pergunta que não cala
Se a reforma trabalhista deixasse de fora o fim do imposto sindical, as centrais e sindicatos profissionais, aqueles que têm donos (presidentes eternos), estariam realmente contra as mudanças? Na tribuna da Câmara ontem, o presidente do Stap, Pedro Zanotti Filho, garantiu que se tivessem acabado apenas com a contribuição que sustenta os sindicatos não faria greve hoje. Ah tá!.
Restinho de ano
Eu vídeo que divulgou nas redes sociais ontem, o prefeito Guti (PSB) convocou os servidores públicos municipais a trabalharem nesta sexta-feira, não aderindo à greve convocada pelas centrais sindicais. Ele disse que é fundamental que todos estejam presentes para garantir os serviços essenciais à população. No final deu um recado. “Eu estarei aqui, assim como os secretários e diretores. Quem não quiser vir, não tem problema. Já pega esse restinho de ano e pega férias”.
Apoio falseado
Esta greve geral pode até passar a impressão de que obteve um ótimo índice de apoio e adesão. Porém, a verdade não é bem essa. Muita – mas muita gente mesmo – só aderiu ao movimento, capitaneado por centrais sindicais, porque foi obrigada. Não há como negar o uso político dessas manifestações, principalmente por ter entre seus líderes grupos ligados diretamente ao petismo.
Adesão forçada
A paralisação das escolas particulares é um bom exemplo de como a adesão é mais do que forçada. Os colégios foram obrigados a suspender as aulas porque não tinham a garantia que seus funcionários poderiam chegar para trabalhar e, assim, prestar os serviços a contento. Ou seja, sem aderir à greve geral, de uma certa forma eles contribuíram para o “sucesso” do movimento. O mesmo vale para muitas outras categorias.