Economia

Fipe eleva projeção do IPC de novembro para 0,64%

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, elevou nesta quinta-feira, 27, de 0,56% para 0,64%, a projeção para a taxa de inflação de novembro na capital paulista. Foi a terceira semana consecutiva de elevação na estimativa para o indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o motivo principal foi o mesmo: o comportamento de alta acima do esperado para o grupo Alimentação.

Nesta quinta-feira, a Fipe anunciou que o IPC registrou taxa de inflação de 0,58% na terceira quadrissemana do mês, ante alta de 0,53% na segunda medição. O resultado ficou acima da expectativa de Chagas, que era de uma inflação de 0,55% para o período. Permaneceu, no entanto, dentro do intervalo de previsões dos economistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, esperavam uma taxa de 0,53% a 0,64%, com mediana de 0,62%.

“O IPC veio acima do que prevíamos e motivou uma revisão de expectativas de maneira brutal”, disse André Chagas. “A Alimentação ameaçou dar uma trégua, mas voltou a embicar para cima”, destacou.

Conforme a Fipe, o grupo Alimentação subiu 1,22% na terceira quadrissemana, ante avanço de 1,17% na segunda leitura de novembro. A variação positiva respondeu por 0,28 ponto porcentual (47,70%) de todo o IPC e ficou acima da expectativa de alta de 1,10% do coordenador do índice.

A diferença em relação aos levantamentos anteriores é que o motivo de maior surpresa dentro da Alimentação não veio da parte in natura, mas das carnes bovinas, que avançaram 2,50%, ante 2,26% da segunda quadrissemana, em um novo movimento de aceleração. A parte in natura chegou a desacelerar, de uma elevação de 6,24% para 5,97%, mas continuou em um nível ainda bastante expressivo.

Fora da Alimentação, a Fipe notou também alguns comportamentos de itens e grupos isolados que ajudaram a pressionar a inflação. Chamaram a atenção de Chagas, por exemplo, as altas do segmento de Bebidas Alcoólicas, de 0,94% para 0,97% entre a segunda e a terceira quadrissemana; no item Viagens, que saiu de queda de 1,07% para elevação de 6,10%; o grupo Despesas Pessoais, que engloba estes dois componentes e cuja alta passou de 0,30% para 1,00%; e o grupo Vestuário, com variação passando de 0,25% para 0,41%, em função da sazonalidade.

Se a nova taxa prevista para a inflação geral for confirmada, o IPC de novembro será bem maior do que o de 0,37% de outubro de 2014 e também ficará acima da taxa de 0,46% de novembro de 2013. “Com isso, o resultado acumulado em 12 meses deverá subir. Deve ficar mais perto dos 5,40%, acima da taxa de 5,33% observada até outubro”, destacou Chagas.

Conforme a abertura da projeção do IPC por grupos, a Fipe espera alta de 1,49% para a Alimentação. Para Despesas Pessoais e para Vestuário, aguarda aumentos de 1,00% e de 0,43%. Em relação ao grupo Habitação, que subiu 0,33% na terceira quadrissemana, o instituto prevê variação positiva de 0,22% no fim do mês. Para o conjunto de Transportes, que subiu 0,10%, espera elevação de 0,25%.

Em relação ao grupo Saúde, que apresentou alta de 0,55% na terceira leitura de novembro, Chagas projeta avanço de 0,59% no encerramento do mês. Para Educação, que teve variação positiva de 0,08%, tem estimativa de 0,05%.

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