O presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, disse nesta segunda-feira, 01, que a empresa irá “obviamente analisar oportunidades” que surgirem em meio ao processo de consolidação do setor de telecomunicações no País, mas acrescentou que a companhia não “precisa nem comprar nem vender”.
“O nosso plano é de crescimento orgânico traçado há bastante tempo, baseado em investimento. Ele não só vem sendo executado como tem sido revisado e ampliado ano após ano”, afirmou a jornalistas após participar da abertura da 20ª Conferência Bienal da International Telecommunications Society (ITS), promovida pelo Instituto TIM, no Rio.
O executivo disse que “é óbvio que qualquer empresa responsável tem que entender o ambiente no qual está inserida”. “É por essa razão que nós temos declarado que se existirem oportunidades, obviamente serão analisadas, assim como existiu no caso da GVT”, afirmou. A disputa pela GVT foi perdida para a Telefónica.
Em tom de ironia, Abreu afirmou que “se existem players no mercado que necessitam de uma grande mudança estrutural certamente não somos nós”. O executivo se referiu à concorrente Oi, que está em processo de venda da Portugal Telecom (PT) para levantar recursos para participar do processo de consolidação. A Oi tem endividamento elevado, em torno de R$ 48 bilhões, e a venda da PT abre caminho para uma oferta conjunta, com Vivo e Claro, pela participação da Telecom Italia na TIM. Já a empresa italiana estuda uma fusão ou aquisição da Oi.
O presidente da TIM também disse que ao se lembrar do que aconteceu antes da fusão entre Oi e PT, um dos objetivos era o de criar estrutura mais capitalizada, com maior base de ativos, com sinergias operacionais. “Na prática o que a gente vê agora, se concluir o processo de venda, é uma volta à situação que se tinha há mais de dois anos”. A Oi fechou ontem acordo para negociar a PT com a francesa Altice.
Ele destacou também que o índice de alavancagem da Oi, incluindo a PT, é muito alto. “Quando baixa esse índice de alavancagem por conta de uma venda, você ainda volta para uma situação que é alta”. Segundo Abreu, é uma operação que “o mercado todo vê como necessária para a sustentabilidade da empresa no curto e médio prazo”.
Abreu afirmou que o plano de negócios do triênio 2015-2017 já foi fechado, mas ainda será apresentado e aprovado pelos acionistas. “Antes da metade do mês devemos divulgar o próximo plano trienal”. O foco, contou, será na faixa de frequência de 700 megahertz, da tecnologia 4G, em aumentar Capex e botar um volume muito grande em infraestrutura.