O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan propôs ao embaixador da Argentina no Brasil, Carlos Magariños, a retomada de uma estrutura para discussões de temas macroeconômicos comuns entre os Países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), além de Chile e Bolívia. Essa iniciativa existia durante o período em que esteve no governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Malan, o mecanismo foi acordado e formalizado numa resolução do conselho do Mercosul, a qual o ex-ministro acredita que não tenha sido revogada. “Acho que é hora de pensar se não é desejável, possível e imperativo fazê-lo”, disse o ex-ministro, durante almoço organizado no Rio pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Malan, que não concedeu entrevista à imprensa, não deixou claro se a sugestão é para a retomada das conversas somente entre Brasil e Argentina ou entre todos os países. “(À época) Chegamos a um acordo sobre convergências na ordem macroeconômica que seriam desejáveis. Não era um tratado, não era algo que era legalmente obrigatório, mas era uma estrutura que permitia que pudéssemos organizar nossas conversas em torno de uma busca de convergências, ainda que ideal”.
Ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais desses países se reuniam duas vezes por ano, relembra. “Fica aqui a minha sugestão. Talvez seja o caso de explorar a possibilidade de agora voltar ao conceito, à ideia de buscar como ajuda ao processo de integração”, disse Malan.
O ex-ministro também destacou no evento estar “convencido de longa data que a relação bilateral chave na América do Sul é a Brasil e Argentina”.
Malan também destacou que a economia está globalmente integrada. “Não há volta nesse processo”, mas ponderou que a política acaba tendo que ser resolvida domesticamente.