Os juros futuros terminaram em alta nesta segunda-feira, 8, impulsionados pela valorização do dólar, que subiu em linha com o exterior, após dados ruins na Ásia e na Europa prejudicarem o apetite por risco. Os ganhos só não foram maiores em função da retração nos yields (retorno) dos Treasuries, após comentários de dirigentes dos Federal Reserve.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o depósito interfinanceiro (DI) para abril de 2015 (32.155 unidades negociadas) projetava taxa de 11,970%, de 11,960% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2016 (39.755 contratos) indicava 12,48%, de 12,41%. O contrato para janeiro de 2017 (64.025 unidades) apontava 12,41%, de 12,29%. E o DI para janeiro de 2021 (34.730 contratos) mostrava 12,03%, de 11,94%. Nos EUA, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,280%, de 2,302% no fim da tarde de sexta-feira.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,6110, uma alta de 0,58% e o maior nível desde 15 de abril de 2005. Os indicadores internacionais divulgados hoje reforçam um sentimento de aversão ao risco. O PIB do Japão no terceiro trimestre foi revisado para queda anual de 1,9%, ante leitura inicial de -1,6%. Na Alemanha, a produção industrial cresceu 0,2% em outubro ante setembro, quando a expectativa era de alta de 0,3%. E na China o saldo comercial saltou para US$ 54,47 bilhões no mês passado, resultado de uma queda de 6,7% nas importações, o que sugere fragilidade do gigante asiático.
Apesar de a valorização do dólar ter impulsionado os juros futuros, a retração nos yields dos Treasuries impediu ganhos maiores. As taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, que iniciaram o dia em alta, ainda reagindo aos dados melhores do que o esperado sobre o mercado de trabalho (payroll) divulgados na sexta-feira, passaram a cair após o presidente do Federal Reserve de São Francisco, John Williams, afirmar que vê a primeira alta de juros em meados de 2015, argumentando que o Fed precisa ser paciente até ficar mais confiante de que a economia está “no rumo certo”. Na sequência, o presidente da distrital de Atlanta, Dennis Lockhart, comentou que uma alta nos juros antes do tempo poderia prejudicar a confiança na economia dos EUA.