Investimentos de R$ 1,2 bilhão em concessões renovadas em 2013 estão sendo considerados como despesas no balanço da Eletrobrás. Desde a renovação das concessões, as empresas recebem um valor para cobrir a operação e manutenção (O&M) dos ativos. Ocorre que, muitas vezes, esses ativos exigem troca de equipamentos e investimentos de maior vulto, que teriam de ser aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O problema é que até hoje a Aneel não regulamentou a forma de reembolso dos valores para as empresa. Na última apresentação do balanço da Eletrobrás, o diretor financeiro, Armando Casado, disse que, por uma postura mais conservadora, decidiu provisionar o valor.
“A empresa tem de ser ressarcida, pois ela está investindo em um ativo que não é mais dela”, afirma o professor da UFRJ, Nivalde Castro. Segundo ele, essa demora da Aneel prejudica ainda mais o balanço da estatal.
Na opinião de Roberto Pereira DAraújo, diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina), o estabelecimento de O&M é um dos grandes equívoco do novo modelo. “Hoje você tem casos em que supervalorizam usinas menores e subvalorizam usinas maiores. Não há duas hidrelétricas iguais. Então não se pode criar uma tarifa de O&M igual para todo mundo.”
Para Castro, a Eletrobrás está sendo usada como instrumento de governo e não tem sido viabilizada do ponto de vista empresarial. “Isso é destruir valor da empresa.” Segundo a Economática, de 2011 pra cá, o valor de mercado da Eletrobrás caiu 68%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.