Após pressionarem a inflação ao longo do mês de novembro, produtos agropecuários como soja, bovinos e suínos começaram a dar sinais de desaceleração no atacado. O movimento, porém, não é disseminado entre todos os grãos nem atinge derivados dos animais até o momento. Além disso, o reajuste dos combustíveis apareceu com força entre os produtores, contribuindo para a aceleração do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) na primeira prévia de dezembro. O índice subiu 0,63%, ante 0,51% no mês passado.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,71% na leitura anunciada nesta terça-feira, 9, ante 0,65% na primeira prévia de novembro. Entre os estágios de processamento, tanto bens finais quanto bens intermediários ganharam força na passagem do mês.
Nos bens finais (-0,03% para 0,77%), a pressão veio dos alimentos processados (-0,64% para 1,71%). Neste grupo, a carne bovina (comercializada no frigorífico) foi uma das principais contribuições positivas, com alta de 5,36%. O movimento reflete aumentos anteriores dos bovinos no atacado e sucede a queda de 0,91% registrada na primeira prévia de novembro.
Já entre os bens intermediários (0,66% para 0,95%), o impulso veio do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (-0,01% para 1,78%). Só o óleo diesel ficou 2,68% mais caro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Desde 7 de novembro, a Petrobras reajustou a tarifa do diesel em 5% nas refinarias. A gasolina também foi ajustada em 3%.
Desaceleração
Apesar das acelerações, as matérias-primas brutas deram alívio ao IGP-M, com alta de 0,33% na prévia anunciada hoje. No mês passado, o avanço havia sido de 1,46%. Só a soja desacelerou a 1,39%, após alta de 4,07%. Também perderam força cana-de-açúcar (3,21% para -0,91%), bovinos (3,46% para 3,03%) e suínos (6,17% para -8,26%). Em sentido contrário, aceleraram café (-3,91% para 3,05%), milho (6,67% para 9,56%) e mandioca (-2,13% para 2,39%).A primeira prévia do IGP-M de dezembro captou preços praticados entre os dias 21 e 30 de novembro.