A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2015, o dobro da previsão da entidade para o PIB nacional (1%). Já o crescimento do Valor Bruto da Produção (VBP) do agronegócio em 2015 deve alcançar 2,7% em comparação com este ano. “O ano de 2015 será desafiador para a economia brasileira, em especial em relação ao agronegócio”, informa a entidade.
A projeção faz parte do Balanço 2014 e Perspectivas 2015, divulgado nesta terça-feira, 9, pela CNA. A entidade calcula que a participação da atividade agrícola do País no PIB nacional deve encerrar 2014 em 23,3%, ante 22,5% em 2013.
A CNA estima, ainda, em 12,5% o teto da taxa básica de juros, a Selic, administrada pelo Banco Central. A previsão para o superávit primário, a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública, é de 0,6% para 2015.
Para o índice oficial de inflação, o IPCA, a projeção é de 6,5%, ou seja, o teto da meta estabelecida pelo BC. Já para a energia, a estimativa é de que o ajuste médio seja de 14% em 2015 e para os preços administrados pelo governo – como a gasolina – a CNA espera alta de 7,6%.
“Acredita-se que o governo irá adotar, em 2015, um modelo de ajuste da economia baseado na retração do consumo”, informa o balanço, apontando que o freio no consumo deve ser compensado pela “ampliação de investimentos em infraestrutura”.
Segundo a confederação, o cenário de ajuste fiscal pelo governo desenha um cenário de “crescimento fraco e inflação resistente” para o próximo ano. A CNA, porém, afirma que são “remotas” as chances de o quadro criar um “ambiente altamente negativo para os negócios das empresas”.
A estimativa da CNA para as exportações do campo é de receita cambial de US$ 103 bilhões no próximo ano. A entidade avalia que o cenário externo será favorável principalmente para as exportações de carne o que, combinado com o aquecimento do consumo interno, deve elevar o valor do boi gordo.