Economia

Bolsas europeias recuam com incerteza política na Grécia e preocupações com China

A incerteza política provocada pela decisão do governo grego de antecipar a votação para presidente e preocupações com a economia chinesa levaram as principais bolsas europeias a fecharem em forte baixa. A constante queda no preço do petróleo e dados fracos do Reino Unido e da Alemanha também pressionaram os mercados. O índice Stoxx 600 fechou aos 340,86 pontos, um recuo de 2,22%.

O governo grego anunciou na segunda-feira, 8, que vai antecipar a votação parlamentar para presidente para 17 de dezembro, dois meses antes do previsto. O novo representante vai substituir o chefe de Estado Karolos Papoulias, cujo mandato de cinco anos deveria terminar em março. Se o Parlamento não conseguir escolher um novo presidente, serão realizadas eleições gerais, provavelmente em fevereiro.

De acordo com as últimas pesquisas de opinião, o partido de oposição radical de esquerda Syriza deve vencer as eleições nacionais por uma margem de três a seis pontos porcentuais. A legenda ameaça encerrar o programa de reforma e austeridade implementado durante a ajuda financeira ao país, o que pode iniciar uma nova crise com os credores da Grécia. O principal índice da Bolsa de Atenas, o Athex, caiu 12,78%, para 902,84 pontos.

Na China, o governo proibiu o uso de bônus corporativos de classificação mais baixa como garantia de financiamentos de curto prazo, a fim de reprimir formas mais arriscadas de dívida, o que levou a bolsa de Xangai a fechar em queda de 5,43% e pressionaram os mercados europeus. Somado a isso, a mídia estatal divulgou que o governo chinês pode cortar a meta de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), de cerca de 7,5% neste ano para 7,0% em 2015, durante a reunião de política econômica que começou nesta terça-feira.

Indicadores recentes fracos na Europa também contribuíram para as perdas nas bolsas. No Reino Unido, a produção industrial caiu 0,1% em outubro ante setembro, contrariando a previsão de alta de 0,2%. Na Alemanha, o superávit comercial de outubro atingiu 20,6 bilhões de euros, resultado acima das expectativas, mas as exportações tiveram baixa de 0,5% na comparação mensal, enquanto as importações recuaram 3,1%.

Os preços dos contratos do petróleo Brent atingiram um novo recorde de baixa em cinco anos, o que pressionou as ações das empresas de energia. Em Londres, os papeis da Petrofac caíram 3,26%, os da Tullow Oil recuaram 0,38% e os da BHP Billiton perderam 1,64%. O índice FTSE-100 fechou na mínima intraday, aos 6.529,47, uma queda de 2,14%.

Em Frankfurt, o DAX perdeu 2,21%, para 9.793,71 pontos, com destaque para o setor bancário, que teme que as companhias de energia não consigam pagar seus empréstimos. As ações do Deutsche Bank recuaram 3,73% e as do Commerzbank, 2,44%. Em Milão, os bancos também tiveram perdas, diante de preocupações de que o Banco Central Europeu (BCE) pode buscar ajustes em suas contas, após os resultados dos testes de estresse feitos pelas autoridades da região. Os papeis do Eni perderam 2,07%, os do Intesa Sanpaolo recuaram 2,04% e os do Unicredit caíram 3,84%. O índice FTSE Mib, em Milão, recuou 2,81%, para 19.390,00 pontos.

O índice CAC-40, em Paris perdeu 2,55%, para 4.263,94 pontos. Em Madri, o Ibex 35 recuou 3,18%, para 10.461,60 pontos, e o PSI-20, em Lisboa, fechou aos 5.074,97 pontos, com queda de 2,45%.

Posso ajudar?