O Banco Central indicou nesta quinta-feira, 27, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que, em seu cenário de mercado, a probabilidade de a inflação de 2019 ficar acima do teto da meta, de 5,75%, caiu para 1%. No documento anterior, divulgado em março, era de 5%.
O cálculo no cenário de mercado tem como base câmbio e Selic variáveis conforme a Pesquisa de Mercado Focus do BC. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2019, de 2,75%, passou de 15% para 16%.
No caso de 2020, a probabilidade de estouro do teto de 5,5% da meta foi de 11% para 12%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,5% da meta do próximo ano foi de 17% para 16%.
Em relação a 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta seguiu em 17%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta permaneceu em 12%.
Para 2019, a meta perseguida pelo BC é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%).
Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Na noite desta quinta, após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), será divulgada a meta para o ano de 2022.
Cenário de referência
Além da divulgação do cenário de mercado, Banco Central informou que, em seu cenário de referência (que utiliza câmbio e juros constantes para o horizonte de projeções), a probabilidade de a inflação de 2019 ficar abaixo do piso da meta em 2019, de 2,75%, passou de 12% para 17%. Já a de ficar acima do teto da meta, de 5,75%, está em 1%. No documento anterior, divulgado em março, ela era de 8%. O cálculo tem como base câmbio e Selic constantes.
No caso de 2020, a possibilidade de estouro do piso de 2,5% da meta do próximo ano subiu de 14% para 20%. Já a de estouro do teto de 5,50% da meta foi de 14% para 10%.
No caso de 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta foi de 21% para 17%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta foi de 9% para 12%.
Projeção de inflação
Nesse cenário de referência, o Banco Central manteve sua estimativa de inflação para 2019. Segundo o RTI divulgado nesta quinta-feira, este cenário indica um IPCA de 3,6% para este ano. O porcentual é o mesmo verificado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terça-feira, 25.
No RTI divulgado em março, o BC projetava alta do índice oficial de preços de 4,1% pelo cenário de referência.
Para 2020, o cenário de referência indica que o IPCA ficará em 3,7%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de março, a projeção era de 4,0%.
Já a projeção para o IPCA de 2021, pelo cenário de referência, está em 3,9%, conforme o RTI divulgado nesta quinta. No relatório anterior, de março, o porcentual calculado era de 4,1%.
Nos cálculos do cenário de referência, o BC considerou uma Selic de 6,50% ao ano e um dólar a R$ 3,85.
Preços administrados
Ainda quando se considera o cenário de referência, o RTI mostrou que o Banco Central prevê alta de 3,9% para os preços administrados em 2019. O porcentual é o mesmo informado na ata do último encontro do Copom. No RTI de março, a projeção era de 5,4%.
No caso de 2020, a projeção está em 4,6%, como na ata. No RTI de março, estava em 4,8%.
Para 2021, a projeção de alta dos preços administrados no cenário de referência está em 4,4%. No RTI de março, estava em 4,5%.
No cenário de mercado, que tem como base as previsões da pesquisa Focus, o RTI mostrou que o BC prevê alta de 3,9% para os preços administrados em 2019. O porcentual é o mesmo informado na ata do último encontro do Copom. No RTI de março, a projeção era de 5,1%.
No caso de 2020, a projeção está em 4,6%, como na ata. No RTI de março, o porcentual era de 4,7%.
Para 2021, a projeção para os preços administrados no cenário de mercado é de alta de 4,7%. No RTI de março, a projeção era de 4,6%.
Na segunda-feira, 24, o Relatório de Mercado Focus mostrou que os analistas projetavam alta dos preços administrados de 5,20% em 2019, 4,40% em 2020 e 4,00% em 2021.