Economia

Taxas de juros devem oscilar entre margens estreitas, em sessão de pouca liquidez

Sem drivers locais ou no exterior para impulsionar os negócios, os juros futuros devem oscilar entre margens mais estreitas e se orientar pelo movimento do dólar, em sessão que deve ser de pouca liquidez.

A taxa para janeiro de 2017, a mais negociada, tinha viés de baixa. Os investidores já estão com as atenções voltadas para 2015, com expectativa de continuidade no aperto monetário e pulso mais forte no lado fiscal tendo Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda.

Na terça-feira, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do quarto trimestre, o BC abandonou o termo “parcimônia” e deixou claro que fará o que for preciso para que a inflação convirja para o centro da meta, de 4,5%, em 2016.

Às 9h18, o DI para janeiro de 2017, tinha taxa de 12,86%, de 12,88% no ajuste de terça-feira. E tanto o Banco Central como a Fazenda terão que manter as rédeas firmes no ano que vem, uma vez que além dos desafios internos, há os externos e o crescimento mais forte da economia dos Estados Unidos – no terceiro trimestre foi de 5% – abre espaço para os juros começarem a subir por lá e fortalece o dólar no Brasil e no resto do mundo, colocando pressões maiores sobre os preços.

A taxa de câmbio utilizada no cenário de referência no RTI passou para R$ 2,55, de R$ 2,25 no RTI anterior. Na quarta-feira, o dólar à vista no balcão terminou cotado a R$ 2,6950, em queda de 0,44%. No relatório, o BC reafirmou que não se pode descartar a migração da política fiscal para a zona de contenção em 2015.

Em entrevista concedida ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista Otaviano Canuto, consultor sênior do Banco Mundial, disse esperar que o descompasso entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central acabe com a nova equipe econômica. “Quando o Joaquim e equipe falam de metas mais apertadas de superávit primário, a gente antecipa que isso deveria suavizar a necessidade de o Banco Central elevar os juros”, disse.

Conforme apurou o jornalista Álvaro Campos com operadores do mercado, a curva de juros já precifica chance majoritária de alta de 0,75 ponto porcentual na Selic em janeiro, apesar de muitos analistas ainda acreditarem que o BC deve promover ajuste de 0,5 pp.

O investidor também aguarda conhecer nos próximos dias os ministros de 22 pastas restantes, após a presidente Dilma Rousseff ter anunciado 13 nomes na terça-feira. Nesta quinta-feira, dia de Natal, a presidente embarcou para a Base Naval de Aratu, na Bahia, onde deve ficar até segunda-feira. Os desdobramentos dos escândalos de corrupção na Petrobras também seguem no radar, embora com força para mexer mais com o mercado de ações.

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