O novo ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB) afirmou que existe uma forte tendência de que o Aeroporto Internacional Salgado Filho, localizado Porto Alegre, seja leiloado à iniciativa privada como parte de um amplo projeto que incluiria, na licitação, o compromisso da concessionária vencedora em também construir um novo aeroporto na região.
Segundo ele, esta é a alternativa prioritária da SAC para melhor atender a demanda crescente na região. “É a nossa posição”, disse em entrevista coletiva.
Padilha se reuniu na tarde desta sexta-feira, 9, com o governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), para discutir a proposta. Se a ideia for levada adiante, serão mantidos dois contratos de obras do Salgado Filho que hoje estão em andamento – ampliação do terminal de passageiros e do sistema de pátios e pistas de táxi. Outras duas obras inicialmente previstas – ampliação da pista e do terminal de cargas – serão abandonadas.
A proposta defendida por Padilha prevê que, ao invés de concluir todas as obras de ampliação do Salgado Filho, seja feito um investimento em outro projeto na Região Metropolitana de Porto Alegre: a construção do Aeroporto 20 de Setembro, na cidade de Portão, localizada a cerca de 20 quilômetros da capital. A nova unidade comportaria 4 pistas de 4 mil metros e um amplo terminal de cargas.
Segundo Padilha, as quatro obras hoje em execução no Salgado Filho têm um custo em torno de R$ 1,1 bilhão e uma vida útil de 10 ou 12 anos, já que depois desse período, pelas projeções, o aeroporto voltaria a ser insuficiente para atender a demanda.
Por isso, a alternativa de combinar a concessão do Salgado Filho com a construção de um novo aeroporto é considerada mais vantajosa. “Se eu não preciso gastar, por que vou gastar? O mercado quer o aeroporto”, afirmou.
Ele explicou que a ideia de incluir a concessão do Salgado Filho e a construção do 20 de setembro no “mesmo pacote” se deve ao fato de que não haveria viabilidade comercial para que duas empresas diferentes operassem as unidades.
Padilha esclareceu que o governador propôs a criação de um grupo de trabalho para discutir a proposta. O objetivo é levar o assunto dentro de um mês à presidente Dilma Rousseff, que dará a palavra final. Definido o projeto, o leilão para conceder o Salgado Filho à iniciativa privada ocorreria em um ano, provavelmente no início de 2016.