O ligeiro recuo no otimismo do empresário industrial registrado pela prévia da Sondagem da Indústria foi apenas uma acomodação, não muda a tendência de melhora nem há motivo para preocupação. A avaliação é de Aloisio Campelo, superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Se o resultado da prévia se confirmar, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) terá ligeiro recuo, de 87,1 pontos em julho para 86,9 pontos em agosto. “A alta foi bastante expressiva nos últimos meses”, ressaltou Campelo.
Embora interrompa uma sequência de cinco altas consecutivas, o ICI vinha de um ganho acumulado de 12,4 pontos entre os meses de março e julho. “O Índice de Situação Atual avança mais, o que é um bom sinal. O que calibrou o resultado e fez o índice cair agora foram as expectativas. Então o indicador está mais condizente com o que está acontecendo”, avaliou o superintendente do Ibre/FGV.
A prévia de agosto mostra que as avaliações sobre a situação atual melhoraram 0,9 ponto, enquanto as expectativas do setor industrial para os meses seguintes pioraram 1,2 ponto. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), se confirmada a prévia, passará de 74,3% em julho para 74,1% em agosto. Esse recuo foi avaliado também como um pequeno ajuste.
“A recuperação não ocorre de forma tão forte como em 2009. Está devagar, porque ainda há risco. O câmbio estava bem mais favorável na virada do ano do que agora. A recuperação estava mais impulsionada pela demanda externa do que pela interna”, justificou Campelo.
No entanto, o responsável pela sondagem da indústria garante que, por enquanto, a interpretação ainda é de crescimento na confiança do setor. “A melhora dos últimos meses foi bem intensa. A demanda parou de cair e em alguns casos está até em terreno positivo”, lembrou.
A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 782 empresas entre os dias 1º e 16 de agosto. O resultado final da pesquisa para agosto será divulgado no próximo dia 29.