A queda do PIB brasileiro em 2016 pode ser menor que o esperado inicialmente, de acordo com análise conjuntural da FGV/Ibre nesta segunda-feira, 5. A instituição revisou a previsão de queda de 3,5% para 3,2% neste ano, sob a ótica da oferta. A pequena melhora na atividade econômica indica uma perspectiva de PIB positivo no segundo semestre de 2017, fechando o próximo ano com alta de 0,6%, de acordo com a economista Silvia Matos.
“É uma melhora pequena, mas é uma melhora. Ainda não esperamos aceleração expressiva em 2017, mas uma retomada lenta e muito demorada”, explicou a coordenadora Técnica do Boletim Macro Ibre. No primeiro trimestre, a previsão era de queda de 4% para o PIB deste ano.
Silvia Matos espera uma retomada lenta do PIB a partir do terceiro trimestre, que ainda deve registrar queda de 2,4% ante o trimestre anterior. No último trimestre, a previsão é de queda de 1,1%. Assim, a economia entraria no próximo ano ainda com PIB em queda, mas em ritmo menor, de 0,5% no primeiro trimestre de 2017 e estagnação no segundo trimestre.
A partir do segundo semestre de 2017 é que a economia entraria em trajetória de crescimento, com alta de 0,8%, no terceiro trimestre, e 1,8% no segundo trimestre. “Há uma recuperação, mas para a gente poder ter crescimento mais próximo de 2% tem que ter uma aceleração muito forte. Esse número, de 0,6%, apesar de ser aquém das projeções, pelo menos indica que estamos no azul. A mudança de cor no momento atual é importante, mas ainda é um crescimento muito baixo”, acrescentou.
A previsão é que haja uma melhora na demanda doméstica da economia, uma vez que não é esperada uma nova forte alta do dólar, como a verificada neste ano. Esse dado foi ressaltado pelo economista Armando Castelar, coordenador de economia aplicada da FGV/Ibre. “É um crescimento de 0,6%, mas a sensação térmica é muito maior do que o número, de 1,8% de crescimento médio anualizado durante o ano.
Silvia Matos ainda apontou outras projeções macroeconômicas, como uma taxa média de desemprego de 11,7%, ante 8,5% no último ano. A taxa foi prejudicada pela forte queda da renda dos trabalhadores, de 3,5% da renda real e de 5,2% na massa de renda, segundo a FGV. A alta no desemprego também se manteria em 2017, em função da demora na retomada da atividade econômica.