Os mercados devem iniciar a próxima semana em baixa, sob pressão da pesquisa Datafolha de intenção de voto para a eleição presidencial, afirmou o economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini nesta sexta-feira, 26.
Os números divulgados pelo Datafolha mostraram Dilma Rousseff (PT) com 40% das intenções de voto, Marina Silva (PSB) com 27% e Aécio Neves (PSDB) com 18%. No levantamento anterior, de 19 de setembro, as porcentagens eram de 37%, 30% e 17%, respectivamente.
Desta vez, o instituto também publicou os números para os votos válidos, que excluem brancos e nulos. Nessa medição, Dilma está com 45% dos votos, contra 31% de Marina e 21% de Aécio. Agostini disse que, mesmo assim, acha difícil que Dilma vença a eleição no primeiro turno, o que acontecerá caso a presidenciável alcance 50% dos votos válidos mais um.
“O que temos notado é que o mercado tem ficado bastante nervoso com o aumento de Dilma nas pesquisas. Esses dados vão afetar bastante negativamente os mercados na semana que vem, que será a última antes das eleições”, disse. O economista-chefe da Austin Ratings projetou um início de semana na BM&FBovespa de desvalorização principalmente para as ações de empresas estatais e para o câmbio.
A próxima semana será a última antes do primeiro turno da eleição presidencial, sendo que a propaganda eleitoral gratuita acaba na quinta-feira. “Nós teremos uma semana bastante complicada, no que diz respeito à volatilidade”, acrescentou.
No pregão de hoje, o Ibovespa fechou em alta de 2,23% com rumores que envolviam a perda de intenção de voto de Dilma Rousseff. Agostini esclareceu que o que se espera é que revistas semanais deste fim de semana publiquem denúncias com possíveis impactos diretos para a campanha presidencial do PT. No entanto, ele ponderou que, se de fato houver essas denúncias, a pesquisa Datafolha ainda deve ser o principal driver para o mercado na segunda-feira.