Saúde

Aids continua a ser um dos grandes desafios da saúde global

Em Guarulhos, doença atinge principalmente homens entre 30 e 39 anos

Nesta quinta-feira, 1º de dezembro, é marcado como o Dia Internacional de Combate a Aids. Apesar de estar controlada, essa epidemia infelizmente, ainda existe. Por isso, é preciso se cuidar e prevenir, pois ninguém é imune ao vírus HIV. Um dado preocupante é que os jovens estão cada vez mais se infectando, além das mulheres de até 29 anos de idade.

A epidemia de Aids continua a ser um dos grandes desafios para a saúde global. Segundo o Relatório para o Dia Mundial de Luta contra Aids/SIDA 2011, aproximadamente 34 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo. Globalmente, somente em 2010, 2,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e 1,8 milhões morreram em decorrência da AIDS, a maioria devido ao acesso inadequado a serviços de tratamento e atenção.

Somente no Estado de São Paulo, em 2010, a Aids matou 8,6 pessoas por dia, em média. É o que aponta o novo balanço da Secretaria de Estado da Saúde com base no boletim epidemiológico do Programa Estadual de DST/Aids. "Embora a epidemia de Aids tenha mudado seu perfil desde o seu início, ainda há forte concentração de casos notificados entre homens que fazem sexo com homens, além de aumento proporcional de infecção entre os heterossexuais. O sexo seguro, com uso de preservativo, ainda é a melhor forma de proteção contra o vírus", diz Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids.

Guarulhos: maior incidência nos homens está entre 30 e 39 anos

Em Guarulhos, o dia mundial de luta contra a Aids está sendo marcado pelas campanhas de afixação do laço vermelho nas instituições públicas e de incentivo à realização do teste para a detecção do HIV, com o "Fique Sabendo", iniciadas na semana passada.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 1.107 testes anti-HIV já foram realizados nos primeiros dois dias de campanha, entre 25 e 26 de novembro. A pasta também esclarece que entre os quatro mil casos de Aids existentes na cidade, a maior incidência, na população masculina, está na faixa etária entre 30 e 39 anos, e menor incidência entre os jovens de 15 a 19 anos. Na população feminina, a maior incidência estáN a faixa etária entre 40 e 49 anos, e a menor entre 13 e 14 anos, e acima dos 70 anos.

Números da Capital são os mais altos em todo o país

O Coordenador do Programa DST Aids do Município de São Paulo, Dr. Celso Galhardo Monteiro, conversou com a reportagem e mostrou que no período de 1980 até 2010, foram registrados 77.459 casos de pessoas infectadas pelo vírus da Aids na cidade de São Paulo.

Somente em 2010, foram registrados 2.160 novos casos, que apresentou uma queda em relação ao ano anterior, com 2.483 registros. Mesmo assim, os números da cidade paulistana são os mais altos em todo o país. Mas é preciso considerar também se trata da cidade mais populosa do Brasil.

Segundo nota do Ministério da Saúde, a população jovem (entre 13 a 19 anos) é a mais atingida atualmente, principalmente os homens homossexuais e as mulheres, também jovens, de até 29 anos. Esses dois públicos estão deixando de usar a camisinha e se infectando.

De acordo com o Dr. Celso Monteiro, em São Paulo há uma peculiaridade: o maior número de casos de Aids na cidade ocorre entre 30 e 39 anos, tanto no sexo feminino quanto no masculino. ‘Não existe mais o conceito de grupo de risco. Existem sim, segmentos na população geral, em que alguns públicos estão mais expostos e mais atingidos, diz Dr. Celso.

Como forma de prevenção, na cidade de São Paulo, todas as unidades de saúde fazem distribuição de preservativos (femininos e masculinos), o teste rápido ‘Fique Sabendo, em que a pessoa fica sabendo se é portadora do vírus, além de campanhas de conscientização para uso da camisinha. O coordenador do programa DST Aids, alerta para a importância da realização do teste: "Quanto antes a pessoa ficar sabendo, em tese, menos pessoas serão contaminadas, além do que ela pode ser acompanhada mais cedo, garantindo uma maior expectativa de vida, com qualidade".

Dez centros de testagem e aconselhamento e 15 serviços de assistência em DST Aids são disponibilizados para a população de São Paulo, onde é realizado o acompanhamento para portadores do vírus HIV, tudo gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "O paciente já sai com uma consulta marcada com um infectologista. O atendimento é bem rápido, a pessoa demora no máximo, uma semana para ser atendido", diz Dr. Celso.

Equipe multiprofissional para acompanhar o paciente e atendimento assistencial. Psicólogas, nutricionistas, ginecologistas, infectologistas e até educadores físicos compõem a equipe das unidades DST Aids da cidade de São Paulo. O governo municipal de São Paulo realiza esta série de ações, com bases em recursos financeiros federal, vindos do Ministério da Saúde, e da própria Secretaria Municipal de Saúde. Todo esse trabalho é para que os soropositivos tenham uma qualidade de vida tão boa quanto uma pessoa que não tem o vírus.

Lembre-se:

  • Nunca faça sexo sem camisinha;
  • Não compartilhe objetos perfuro-cortantes que entrem em contato direto com sangue, principalmente seringas;
  • Não receba doações de sangue e derivados, esperma ou órgãos que não tenham sido testados para o HIV;
  • Acesse o site www.dstaids.prefeitura.sp.gov.br para saber os locais de realização do Teste Rápido e outras informações sobre o HIV.

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