Economia

Morgan Stanley: Nossa posição comprada preferida é com o real brasileiro

O banco Morgan Stanley recomenda aos clientes comprar reais para aproveitar a perspectiva mais construtiva da economia brasileira. A casa acredita que a valorização do real pode continuar até o dólar chegar ao patamar de R$ 3,10. Ainda que esse espaço de ganho seja relativamente pequeno, o banco nota que a melhora do quadro econômico e político cria perspectiva de que o real seguirá, pelo menos, estável. Assim, haverá espaço para aproveitar os juros altos oferecidos pelo País, o chamado “carry trade”.

“As moedas da América Latina tiveram um grande rali neste ano. Nós reconhecemos que uma grande parte do rali esperado já ficou para trás, mas nós acreditamos que ainda há espaço para ganho adicional”, dizem os analistas do banco Morgan Stanley no relatório “FX Pulse” enviado esta semana aos clientes do banco. Entre as opções de investimento na região, o real brasileiro recebeu grande destaque. “Nossa opção favorita para ficar comprado é no real brasileiro”.

Na carteira sugerida de câmbio do Morgan Stanley, uma das recomendações é vender dólares para comprar reais. A sugestão vale desde 21 de julho, quando o dólar era trocado por cerca de R$ 3,28. Mesmo com essa valorização acumulada nos últimos dias, o Morgan Stanley acredita que o real pode se fortalecer ainda mais e coloca como preço-alvo R$ 3,10.

“A apreciação nominal pode ser limitada, mas com o desenvolvimento político positivo e a perspectiva de ingresso de recursos nós acreditamos que a moeda pode, pelo menos, ficar estável, o que gera chance de ganho com carry trade”, cita o relatório. Para o banco, o Banco Central tem mostrado que está confortável com o dólar entre R$ 3,20 e R$ 3,35. “Com relativa estabilidade e as intervenções reduzindo a volatilidade, nós acreditamos que o real é atrativo puramente para o carry trade”.

Os estrategistas do Morgan Stanley lembram que o real oferece o maior juro entre as moedas da América Latina. “Só isso já oferece perspectiva superior às demais divisas emergentes”.

Além do juro elevado, a casa diz que há um ambiente interno mais construtivo. O Morgan Stanley avalia como “positivo” o noticiário político e lembra que há perspectiva de mais ingresso de recursos externos. “O investimento estrangeiro respondeu por quase metade do recente fluxo positivo para o Brasil e o compromisso do novo governo com privatizações pode aumentar ainda mais esse ingresso, o que ajudaria a moeda”.

Apesar da avaliação otimista, os estrategistas da casa notam que há riscos com posições no Brasil. Entre os potenciais problemas à frente, o banco norte-americano cita a chance de “desapontamento político”.

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