A taxa de desocupação das pessoas entre 40 e 59 anos aumentou 43,2%, o equivalente a 1,9 pontos porcentuais (pp), entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre de 2016. Essa alta pode ajudar a explicar o crescimento do desemprego também em grupos de faixas etárias diferentes. A análise foi feita pelo coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, durante a divulgação dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Segundo a explicação de Azeredo, o grupo de pessoas entre 40 e 59 anos abriga chefes de famílias que, ao perderem o emprego, impulsionam outros membros da família a buscarem trabalho. “Quando o pai perde o emprego, ele carrega parte dessa família para a taxa de desocupação”, afirma. Simultaneamente, a taxa de desocupação entre pessoas de 14 a 17 anos cresceu 58,6% (14,3 pp) na comparação anual, o que pode exemplificar essa relação.
Entre jovens de 18 a 24 anos, a taxa aumentou 31,7% (5,9 pp). A alta pode estar associada às dificuldades dos jovens e recém-formados de entrarem no mercado de trabalho. “Essa população tem dificuldade de se inserir por barreiras como falta de experiência, de qualificação, de informação. Em um momento recessivo os primeiros a serem preteridos são os jovens. Vai se priorizar os mais qualificados e experientes”, afirma Azeredo.
O grupo de pessoas entre 25 e 39 anos registrou aumento de 31,6% (2,5 pp) na comparação anual, enquanto o grupo de pessoas com 60 anos ou mais teve alta de 15,4% (0,4 pp).