Economia

Juros fecham em leve alta, refletindo cautela com fiscal e espera por Yellen

Os juros futuros terminaram a etapa regular da BM&FBovespa com avanço moderado. As taxas oscilaram em alta durante todo o dia, refletindo o desconforto com as dificuldades do governo em torno das medidas fiscais e a expectativa com os eventos do final da semana, mas na reta final houve um certo alívio trazido pela aceleração da queda do dólar, que batia mínimas no fechamento do mercado de juros. O IPCA-15 veio em linha com o esperado e não chegou a mexer com as apostas para a Selic na curva a termo.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2017 (47.770 contratos) fechou nesta quarta-feira, 24, na máxima de 13,995%, de 13,980% no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2018 (82.770 contratos) passou de 12,69% para 12,73%. O DI janeiro de 2019 (108.625 contratos) fechou em 12,17%, de 12,14%. O DI janeiro de 2021 (103.850 contratos) encerrou em 11,98%, de 11,95%.

As taxas já abriram pressionadas, em reação ao fato de o governo não ter conseguido concluir nesta terça-feira, 23, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017, por falta de quórum, sendo que é preciso aprovar a redação final da LDO até 31 de agosto. A votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que recria a Desvinculação das Receitas da União (DRU), em primeiro turno, também não foi votada ontem e ficou para esta quarta.

E mesmo a defesa do projeto da PEC que limita os gastos, feita nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em comissão especial da Câmara, não foi capaz de apagar a impressão de que o tempo está passando sem que o Executivo consiga avançar nas reformas.

Além disso, o investidor continua evitando montar posições antes do discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, na sexta-feira (26), evento considerado de risco. Analistas acreditam que ela dará sinais sobre uma elevação de juros nos EUA no curto prazo.

Por fim, o IPCA-15 de agosto, de 0,45%, veio praticamente em linha com a mediana de 0,46% encontrada na pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast com 50 instituições. Em julho, o índice foi de 0,54%. Com isso, o mercado manteve a precificação de que um corte de juros na taxa pode vir somente em outubro, quando a inflação, eventualmente, der sinais mais firmes de alívio, assim como as expectativas futuras.

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