Economia

Juros fecham em alta, apesar do alívio no câmbio e da melhora do humor externo

Os juros futuros fecharam a sessão em alta nesta quinta-feira, 25, a despeito do alívio consistente no câmbio e também descolados do exterior, onde o apetite pelo risco deu o tom aos negócios. O avanço das taxas foi comedido e atribuído essencialmente à entrada dos investidores no compasso de espera pelo desfecho da eleição, na medida em que também o dia foi de pouca novidade no noticiário até agora. O destaque da agenda é a pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial, nesta noite.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 7,47%, de 7,403% na quarta-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 subiu de 8,364% para 8,40%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou a 9,61%, de 9,573% na quarta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 terminou em 10,19%, de 10,152%.

O desempenho da renda fixa foi mais comedido ante os demais segmentos domésticos – o dólar voltou a oscilar abaixo dos R$ 3,70 – porque, dizem os profissionais, os investidores já estariam de olho na eleição de domingo. Nada mudou na certeza dos investidores de que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) será eleito, mas diante de alguns incômodos trazidos pela pesquisa Ibope, na terça-feira, como a redução da vantagem de Bolsonaro ante Fernando Haddad (PT) e aumento da rejeição do capitão, o atual nível de exposição ao risco prefixado é considerado de bom tamanho.

“Embora a ponta longa tenha algum componente de risco global, a curva segue mais questões internas em comparação à bolsa e ao câmbio. Estamos atingindo um equilíbrio pré-resultado da eleição”, disse o trader de renda fixa da Quantitas Asset Matheus Gallina, lembrando que entre os segmentos domésticos o de juros futuros foi o que mais reagiu no rali eleitoral.

Nesta tarde, Bolsonaro concedeu entrevista na qual afirma que, se eleito, o primeiro ato será a “nomeação de ministério técnico”.

Além disso, na primeira parte dos negócios, a oferta de prefixados do Tesouro teria contribuído para elevar as taxas, ainda que a instituição tenha reduzido de 400 mil para 250 mil o lote de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F).

Mesmo que as taxas curtas também tenham subido, nada mudou no consenso de que a Selic deve fechar 2018 no patamar atual de 6,50%. Para o próximo encontro, esta é a expectativa unânime entre as 61 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast.

Nos demais ativos, o Ibovespa subia 1,60%, para 84.431,45 pontos, acompanhando o bom humor das bolsas americanas, que subiam entre 2% e 3%. No câmbio, o dólar à vista recuava 0,98%, aos R$ 3,7017.

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