O cenário internacional favoreceu a recuperação de parte das perdas da véspera e o Índice Bovespa fechou nesta quinta-feira, 25, em alta de 1,23%, aos 84.083,51 pontos. Na quarta-feira, houve queda de 2,62%. A três dias da eleição presidencial no Brasil, o ambiente doméstico é de compasso de espera e pouco interfere nos negócios com ações, dizem analistas e operadores. Os negócios somaram R$ 15,8 bilhões.
A Bolsa já iniciou o dia com viés comprador, apoiada na melhora do apetite por risco no mercado internacional. Na máxima do dia, registrada à tarde, o Ibovespa chegou a subir 2,13%, aos 84.830,92 pontos.
Apesar da cautela dos investidores estrangeiros com questões diversas relacionadas à economia global, balanços corporativos divulgados nos Estados Unidos impulsionaram os índices de ações locais, com destaque para o Nasdaq, que avançou 2,95% no fechamento.
“A queda de ontem foi exagerada, refletindo o mau humor externo e em parte a pesquisa Ibope indicando queda de dois pontos de Jair Bolsonaro. Hoje muitos investidores tiveram de correr atrás da recuperação vista lá fora”, disse Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento.
Para ele, o cenário político já está bastante precificado e, uma vez confirmada a vitória do candidato do PSL, a tendência para o Ibovespa é de alta no curto prazo.
Ainda segundo Bevilacqua, a definição do próximo presidente tem potencial para restabelecer o fluxo de recursos externos na Bolsa brasileira, que nos últimos dias tem sido negativo. A ressalva fica com o cenário internacional, que exibe incertezas quanto à política monetária dos Estados Unidos, crises na Europa e atritos comerciais com a China.
Na análise por ações, as altas foram generalizadas entre as blue chips, não apenas entre aquelas sensíveis ao risco político, mas também entre os papéis que acompanham commodities ou índices setoriais internacionais. Petrobras ON e PN subiram 2,08% e 2,49%. Banco do Brasil ON avançou 2,56% e Eletrobras ON e PNB ganharam 3,86% e 2,69%, respectivamente.
A maior alta do Ibovespa ficou com Cemig PN, que disparou 7,12%, num desempenho atribuído às perspectivas com a eleição estadual em Minas Gerais, onde Romeu Zema (Novo), favorável à privatização, lidera as intenções de voto.
O início da safra de balanços corporativos atingiu ações individualmente. Vale ON avançou 0,33%, alinhada à alta de 1,75% do minério de ferro e após um balanço trimestral sem grandes novidades em relação ao esperado. Já Ambev PN apresentou resultado dentro do esperado, mas apontou vendas menores no Brasil. Com isso, caiu 5,60%, liderando as perdas entre os papéis da carteira do Ibovespa.