Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 24,621 bilhões em setembro, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. Este é o pior resultado para meses de setembro desde 2016, quando houve déficit de US$ 26,643 bilhões. Em agosto, havia sido registrado déficit de R$ 16,876 bilhões e, em setembro de 2017, um déficit de R$ 21,259 bilhões.
O déficit primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de saldo negativo de R$ 25,300 bilhões a déficit de R$ 15,860 bilhões, mas foi maior que a mediana, negativa em R$ 22,450 bilhões.
O resultado fiscal de setembro foi composto por um déficit de R$ 24,292 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 795 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 872 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 77 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 466 milhões.
Acumulado no ano
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 59,321 bilhões no ano até setembro, o equivalente a 1,17% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O déficit fiscal no ano até setembro pode ser atribuído ao rombo de R$ 76,537 bilhões do Governo Central (1,50% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 13,954 bilhões (0,27% do PIB) no ano até setembro.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 11,399 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 2,554 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,262 bilhões no período.
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 87,794 bilhões em 12 meses até setembro, o equivalente a 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em setembro pode ser atribuído ao rombo de R$ 94,104 bilhões do Governo Central (1,39% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 3,832 bilhões (0,06% do PIB) em 12 meses até setembro.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 4,705 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 873 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,478 bilhões no período.
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 39,173 bilhões em setembro. Em agosto, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 76,928 bilhões e, em setembro de 2017, deficitário em R$ 53,309 bilhões.
No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 33,447 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 5,827 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 100 milhões.
No ano até setembro, há déficit nominal correspondente a 7,12% do PIB, com saldo de R$ 362,663 bilhões.
Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 7,20% do PIB, com saldo negativo de R$ 488,835 bilhões.